segunda-feira, 26 de março de 2012

VSP comenta as pornochanchadas do Canal Brasil- dias 26 de março a 1º de abril

Semana de clássicos no Canal Brasil. Um filmaço de Cláudio Cunha logo na segunda (Profissão: Mulher), uma obra genial de Jean Garrett na terça (Mulher, Mulher) e um clássico do cinema brasileiro na quarta (Rio Babilônia). Recomendamos todos.

PROFISSÃO: MULHER (Brasil, 1982)
Direção: Cláudio Cunha
Canal Brasil, segunda (dia 26) ás 00h15
Cotação: ****
Muitos pensam que todos os filmes que comentamos são simples pornochanchadas. Este longa-metragem é a prova cabal que isto é puro preconceito. Se Profissão: Mulher fosse uma produção alemã, francesa ou inglesa seria tratado com mais dignidade. O audacioso realizador Cláudio Cunha cometeu uma obra feminina por excelência. Diversas moças trabalham numa agência de publicidade. Cada uma parece ter um segredo a esconder. Elenco feminino espetacular, principalmente Lady Francisco e Simone Carvalho. Mas Patrícia Scalvi dá um show a parte. Merecia prêmio por seu desempenho.

MULHER, MULHER (Brasil, 1979)
Direção: Jean Garrett
Canal Brasil, terça (dia 27) ás 00h15
Cotação: ****
A maior atuação da carreira de Helena Ramos. Loira, linda e fatal. A musa é a viúva Alice (Helena Ramos). Meio depressiva, ela chega na sua chácara para descansar. Seu ex-esposo era um psiquiatra machista que a reprimia. Todos os homens a procuram com interesses sexuais. Ela tentará buscar novas experiências para sua vida mudar. O argumento pode parecer datado. Mas Jean Garrett era um esteta cuidadoso e sabia fugir do lugar comum. Imperdível.

RIO BABILÔNIA (Brasil, 1982)
Direção: Neville de Almeida
Canal Brasil, quarta (dia 28) ás 00h15
Cotação: ****
O filme do louco Rio de Janeiro por excelência. Neville de Almeida é um diretor que gosta de trabalhar com grandes atores. E nos filmes dele, esses intérpretes estão sempre fazendo papéis diferentes. Nos trabalhos de Neville, nenhum personagem é bobo, ingênuo. Todos querem levar vantagem. Rio Babilônia talvez seja a obra mais fiel ao estilo do realizador. Marciano (Joel Barcellos) é um homem recrutado para assessor visitantes que chegam a cidade maravilhosa. Um deles é o doutor Liberato (Jardel Filho). Explicar fica difícil. O melhor é assistir. Drogados, favelados, gringos, prostitutas e travestis não vão fazer falta.

O SEXOMANÍACO (Brasil, 1976)
Direção: Carlos Imperial
Canal Brasil, quinta (dia 29) ás 00h15
Cotação: ** e meio
Outra fita assinada pelo figura Carlos Imperial. Um maníaco sexual foge do manicômio e começa a violentar as jovens de uma cidade. Ele coloca os maridos dentro de um armário e faz o serviço. O rei da pilantragem nunca foi um diretor notável. Mas o filme tem seus bons momentos.

Na sexta (dia 30), sábado (dia 31) e domingo (dia 1º) serão exibidos reprises dos filmes descritos aqui.

Cotação goleiros do Palmeiras III:
****- Sérgio      
***- Diego Cavalieri
**- Raul Marcel
*- Bizu (não foi goleiro. Mas era muito ruim)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Documentário relembra a trajetória do cineasta Pio Zamuner


Por Matheus Trunk
 
Azedo. Grosso. Algumas vezes turrão. Mas dentro de um set de filmagem, um profissional dedicado e obstinado. O cineasta e diretor de fotografia Pio Zamuner (1935-2012) criou uma mitologia em torno de si próprio. Italiano de nascimento, fez história dentro da Boca do Lixo, pólo cinematográfico do centro de São Paulo. Zamuner fotografou mais de 40 longas-metragens e dirigiu os doze últimos filmes do comediante Mazzaropi. Mas morreu completamente esquecido em janeiro deste ano. O cineasta Thiago Mendonça resolveu realizar um documentário sobre o realizador. O resultado é Piove, il film di Pio, curta-metragem que será exibido em São Paulo e Rio de Janeiro no festival É Tudo Verdade. Mendonça conversou com a Vice.

VICE: Como surgiu a ideia de você fazer um filme sobre o Pio?
Thiago Mendonça:  Eu conheci o Pio muito tempo antes de fazer esse filme. Criamos uma amizade porque eu passei a frequentar a Boca. Ficávamos horas conversando no bar que ele frequentava. O Pio vivia um universo muito próprio dele. Ficava relembrando os antigos sets de filmagem durante horas. Na realidade, o curta começou de uma aposta. Fiz uma aposta que se eu fizesse um filme com o Pio, ele que iria começar a dirigir. E isso realmente aconteceu.

Quer dizer que o filme além de seu, acaba sendo do próprio Pio?
Com certeza. O filme é um pouco o retrato de uma amizade, de duas gerações do cinema brasileiro. Duas pessoas de lugares diferentes, mas uma mesma paixão. Foi um trabalho todo feito na raça, no peito. As latas pra cópia final vieram do prêmio que o meu amigo Adirley Queiroz (cineasta, diretor do documentário A Cidade É Uma Só?) ganhou esse ano no Festival de Tiradentes. Portanto, o curta acaba sendo um trabalho em que se mistura amizade com vontade. É simbólico na vontade de falar da paixão pelo cinema e em relembrar o passado. O Pio era uma pessoa que praticamente vivia nesse passado, cercado de fantasmas. É um trabalho muito honesto.

Antes de dirigir esse documentário sobre o Pio, você fez sobre outro sobre o jornalista e cartunista Minami Keizi (Minami Em Close Up, em 2009). Você pretende fazer mais trabalhos sobre figuras esquecidas de São Paulo?
Tudo o que moveu vivência do centro de São Paulo. Sou uma pessoa que cresci e vivo nessa região da cidade. Infelizmente, muitos estão tentando derrubar a memória do local. O centro é uma região com uma história riquíssima. A memória do cinema, do samba, da malandragem e da prostituição paulistana me interessam muito. Tive o privilégio de conviver com baluartes importantes como Pio Zamuner, Minami Keizi e o Hélio Bagunça (sambista paulistano). Todos infelizmente já faleceram. A cultura popular do centro de São Paulo é muito forte. Não escolhi fazer esses filmes. Eles aconteceram.

Você acredita que esse filme pode colaborar na memória da figura do Pio e do próprio cinema paulista?
Não espero isso. Todos sabemos que a circulação de um curta-metragem é muito complicada. Não acredito que eu consiga preservar a memória. Esse trabalho acaba sendo mais um retrato da vontade de fazer filmes. De duas pessoas de diferentes gerações que possuem uma mesma paixão. Não a paixão de usar a sétima arte para aparecer e ficar famoso. Mas sim a necessidade de se fazer cinema por puro tesão. Isso eu me identifico muito com o Pio. Não sei se o curta fala tanto sobre ele. Mas sim sobre quem ama fazer filmes. Foi isso que eu tentei retratar.

Piove, Il film di Pio será exibido no É Tudo Verdade 2012:
25/03, domingo- Cinesesc (São Paulo) às 19h
27/03, terça- Espaço Unibanco de Cinema Botafogo (Rio de Janeiro) às 19h
28/03, quarta- Espaço Unibanco de Cinema Botafogo (Rio de Janeiro) às 14h
01/04, domingo- Museu da Imagem e do Som (São Paulo) às 16h

Publicado originalmente na revista Vice em 23/3/2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

30 Anos de Coisas Eróticas

Por Matheus Trunk

Mais de quatro milhões e 700 mil brasileiros assistiram, mas pouca gente se lembra. Em 1982, o longa-metragem Coisas Eróticas lotou os cinemas tupiniquins. Tudo porque o filme foi o primeiro nacional com cenas de sexo explícito – o público queria ver as musas Zaíra Bueno, Jussara Calmon e Marília Nauê. O casal de jornalistas Denise Godinho e Hugo Moura decidiu contar as histórias mirabolantes ao redor do pornô, desde as que envolveram a produção até a decadência do diretor por causa dum time de futebol amador. O resultado da pesquisa está no livro-reportagem Coisas Eróticas - A História Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Brasileiro, que será lançado no dia 4 de abril pela editora Panda Books.

Como surgiu o interesse de vocês escreverem um livro sobre o filme Coisas Eróticas

Hugo Moura: Tudo começou em 2009 com o trabalho de conclusão do curso de jornalismo. Naquele ano, comemorava-se os 30 anos do filme Império dos Sentidos, exibido no Brasil em 79. Até ali, nenhum filme brasileiro de sexo tinha sido levado às telas. Isso nos deixou inconformados. Pela internet, descobrimos que o primeiro filme pornô brasileiro tinha sido o Coisas Eróticas. Mas não havia mais nada na Internet sobre o filme! E aí começamos a investigar e, para a nossa surpresa, havia uma história genial por trás de tudo isso. E falar sobre a Boca do Lixo, em geral, foi um prazer. É nosso cinema. Marginal, esquecido por muitos, mas foi dali que muita gente – que anda por aí em novelas, inclusive – saiu.

Denise Godinho: Em 2009, o Brasil era um dos maiores produtores de filme pornô do mundo. Em que momento essa história tinha mudado? Pelo Google encontramos em alguns blogs que o primeiro pornográfico havia sido dirigido pelo Raffaele Rossi. Mas muito pouco se falavam sobre a história do filme e seus bastidores.  

Qual foi a maior dificuldade em fazer o livro?

Hugo: Pra mim, a maior dificuldade foi encontrar os atores, atrizes e produtores que participaram de Coisas Eróticas. Isso porque eles não fizeram parte do lado mais conhecido da Boca. Se a Boca era, de alguma maneira, underground, o grupo do diretor Raffaele Rossi era o lado B do underground. Além disso, vários deles usavam nome artístico! Depois o desafio que surgiu foi o de convencer essas pessoas a relembrar algo que fizeram 30 anos atrás. Em alguns casos, a família daqueles que participaram do filme não fazia ideia. Então é um tema delicado para quem trabalhou no primeiro pornô brasileiro. Hoje, os atores e atrizes são pais e alguns até avós. Outra é casada há anos sem que o marido não saiba que ela participou disso. O grau de intimidade teve de ser grande para as conversas que tivemos com os atores.

Denise: Vale ressaltar que o projeto sobre o filme surgiu a princípio como um documentário. Quando recebemos o convite para escrever o livro, já estávamos batalhando atrás da pesquisa há um ano, então, para escrever foi mais fácil, porque já conhecíamos a história e já tínhamos contato com as fontes. Mas alguns relatos mudavam de entrevistado para entrevistado. Por exemplo, no caso do ator Oásis Minniti, quando ele era o rei do sexo surgiu o ator Osvaldo Cirilo para concorrer a fama pornográfica com ele. Tudo durou pouco porque infelizmente ele faleceu graças à AIDS. Esta informação acabou se misturando na cabeça de alguns entrevistados e muitos nos disseram, convictos, que Oásis é quem havia morrido de AIDS. Só quando encontramos sua família, depois de algum tempo, que descobrimos a verdadeira história. Na verdade, Minniti faleceu graças a um infarto.

Coisas Eróticas foi um sucesso de bilheteria. É verdade que o diretor Raffaele Rossi perdeu grande parte do dinheiro que ganhou com um time de futebol amador?

Hugo: O Raffaele torrou pelo menos metade do que ganhou com Coisas Eróticas no time de futebol de salão que se chamava Grêmio Recreativo Rossi. Ele montou um time de estrelas e trouxe jogadores até do exterior para a agremiação. Ele gostava muito de futebol e, apesar de a família não o apoiar em nada neste lado do esporte, continuou em frente e, infelizmente, deu no que deu. A grana acaba... Não tem jeito. Mas conta-se que ele pagava salário mais alto até do que times grandes Até fretou um avião para levar o time para jogar pela América do Sul. Só isso deve ter saído uma grana preta.

Denise: Além disso, todos os entrevistados nos disseram que ele gastava dinheiro sem receio. Se um dia ele queria comer numa cantina italiana, ele não se contentava em ir só com a família. Chamava mais dez pessoas e pagava pra todo mundo. Fazia festas enormes no sítio cinematográfico que ele comprou em Embu Guaçu com a grana do filme. Viajou e curtiu a vida adoidado. O Eduardo Rossi, filho do diretor, não sabe explicar em que momento exato o dinheiro acabou porque, segundo ele, o Raffaele era bem reservado quanto a isso. Parece que em um dia eles viviam uma vida farta e, de repente, tudo acabou. 

Que tipo de episódio inédito sobre o filme o livro conta?

Hugo: O Coisas Eróticas é mal visto. E está completamente esquecido - por estudiosos, cinéfilos, pesquisadores. Ele é o patinho feio do cinema. Patinho feio do pornô. Episódio inédito eu não sei dizer, porque não sei o que é inédito. De verdade. Porque basta dar um Google pra ver que praticamente não se fala sobre o filme. Há textos perdidos em alguns poucos blogs e é tudo. O livro fala de onde o Raffaele começou, quando ele chegou ao Brasil - o cineasta é italiano -, como começou na área cinematográfica, como teve a ideia para o Coisas Eróticas. O livro conta toda a história do filme. Como foi o convite aos atores, a vontade em fazer um filme de sexo explícito, o estouro de sucesso que foi, o Cine Windsor, os atores e produtores hoje em dia... O final de vida do Raffaele. Tem tanta coisa que era obscura sobre o filme e acredito que o livro vai trazer luz para esses episódios obscuros.

Denise: Como o Hugo disse, acho que a história dos bastidores do filme é inédita. O livro conta como o Raffaele abordou os atores para participarem desta empreitada um tanto quanto polêmica, como eles burlaram a censura e estourou nos cinemas. Acredito que o mais interessante é saber como o Raffaele teve a ideia de fazer o Coisas e como ele sofreu enquanto a obra não alcançou os cinemas. Quem assiste ao filme hoje não acredita que houve uma luta e tanto para que ele conseguisse ser exibido.

Na opinião de vocês, qual o maior mérito do filme Coisas Eróticas?

Hugo: Coisas Eróticas apareceu numa época em que não havia videocassete ou internet. Os jovens de hoje podem consumir pornografia com um computador. Os pais podem ficar sem saber pra sempre porque existe computador pessoal. Daí, de repente, um cara, durante a ditadura militar, consegue fazer passar pela censura um filme pornô. Depois, coloca nos cinemas e lota sala dia e noite, noite e dia. E por quê? Porque as pessoas queriam ver sacanagem. Não tinha nada além de revistas pornô nas bancas - que deviam ser vendidas em sacos de pão para ninguém ver - ou pornôs estrangeiros que eram vistos clandestinamente em Super-8. O público pôde assistir sexo pela primeira vez. Coisas Eróticas contribuiu para acabar com um tabu imbecil de que sexo não podia ser mostrado. E derrubou hipocrisias, também, do regime militar, que abriu as pernas - num trocadilho bobo - para a putaria. Nos Estados Unidos, por exemplo, o primeiro pornô a ir para o cinema foi Garganta Profunda, em 1972. No Brasil, Coisas Eróticas só se viu projetado numa tela de cinema em 82. Quer dizer, dez anos depois! Estávamos atrasados.

Denise:O longa mostrou para o Brasil o que antes só se fazia entre quatro paredes. Não acredito que foi o filme de Raffaele que abriu as portas da liberdade impedida pela censura, porque ele só alcançou os cinemas e o país já passava por uma abertura política. Mas, foi o primeiro filme que o brasileiro pôde ver e, dessa vez, com atores e situações típicas brasileiras. A mulata bonitona, o cara barrigudo, a rua que ele passa pra comprar pão todo dia, a praia que ele vai ao final de semana. Ou seja, era um filme que trazia aspectos brasileiros com pornografia. Até então, sexo era visto em revistas importadas que traziam estereótipos de outros lugares, que não era típico por aqui. E por isso, acho que ficou uma sensação de “Nossa, a gente também faz isso!”. 

Publicado originalmente na revista Vice em 15/03/2012

sexta-feira, 16 de março de 2012

VSP comenta as pornochanchadas do Canal Brasil- dias 19 a 25 de março

Momentos de Agonia e Prazer é o longa-metragem mais raro da semana. Mas Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez é uma das melhores comédias eróticas realizadas no país. Quarta-feira (dia 21) o filme passa no Canal Brasil.

VIDAS NUAS (Brasil, 1967)
Direção: Ody Fraga
Canal Brasil, segunda (dia 19) ás 00h15
Cotação: *
Dramalhão que Ody Fraga assinou de encomenda. Não é um grande filme em nenhuma ótica. O diretor catarinense foi uma das grandes personalidades do cinema paulista. Mas ele possui dezenas de trabalhos melhores que esse.

AS MASSAGISTAS PROFISSIONAIS (Brasil, 1978)
Direção: Carlo Mossy
Canal Brasil, terça (dia 20) ás 00h15
Cotação: ***
Mais uma das produções dirigidas pelo mestre Carlo Mossy da trilogia “Os Barulhos da Cidade”.  Todos os filmes são crônicas bem humoradas sobre um Rio de Janeiro que não existe mais. No caso de As Massagistas, a história gira em torno de uma clínica que contrata duas profissionais virgens e retraídas, uma feita pela imortal Wilza Carla. A fita vale pela presença de Adele Fátima, Marta Anderson e Marta Moyano no auge da beleza.


OS BONS TEMPOS VOLTARAM: VAMOS GOZAR OUTRA VEZ (Brasil, 1984)
Direção:  Ivan Cardoso e John Herbert
Canal Brasil, quarta (dia 21) ás 00h15
Cotação: ****
Vale a pena ficar acordado de madrugada para ver essa excelente comédia. No início dos anos 80, as películas de sexo explícito entupiram os nossos cinemas e tiraram filmes como esse. Os Bons Tempos Voltaram é dividido em dois episódios. O primeiro ficou sob as ordens do figura Ivan Cardoso e o segundo pelo veterano ator John Herbert (palmeirense que marcou época). O primeiro episódio se chama Sábado Quente e se passa nos anos 50, tendo a musa Carla Camurati bancando a virgem. Colé Santana e Wilson Grey fazem papéis pequenos. Mas os dois merecem estátuas. Já o antológico Primeiro de Abril é sobre um jovem playboy (Marcos Frota) que arma uma festa de arromba no dia do golpe militar. O avô dele (Dionísio Azevedo em uma das maiores interpretações da história do cinema brasileiro) tentará impedi-lo.

MOMENTOS DE AGONIA E PRAZER (Brasil, 1983)
Direção: Adnor Pitanga
Canal Brasil, quinta (dia 22) ás 00h15
Cotação: ***
Um filme que passa poucas vezes no Canal Brasil. Suspense com bom clima com as presenças antológicas de Rossana Ghessa e Fátima Leite. Galã dos faroestes italianos, Anthony Steffen fez poucos filmes na América do Sul. No longa, Steffen é Rodolfo, fazendeiro que está chegando a meia idade. O fã de pornochanchada não pode reclamar deste filme. Tem banhos de cachoeira, lesbianismo e outras coisas especiais.

Na sexta (dia 23), sábado (dia 24) e domingo (dia 25) serão exibidos reprises dos filmes descritos aqui.

Cotação goleiros Palmeiras-II:
 ****- Velloso
***- João Marcos
**- Marcelo
*- Ivan Izzo

terça-feira, 13 de março de 2012

VSP comenta as pornochanchadas do Canal Brasil- dias 12 a 18 de março

Meio atrasado, recomendados o filme A Reencarnação do Sexo de Luiz Castillini que passa na quinta (dia 15). Diretor talentoso e de pretensões autorais, esperamos que um dia ele volte a dirigir filmes. Infelizmente, são raros as produções assinadas pelo realizador paulista que foram lançados em VHS e estão disponíveis no Canal Brasil.


A HERANÇA DOS DEVASSOS (Brasil, 1979)
Direção: Alfredo Sternheim
Canal Brasil, segunda (dia 12) ás 00h25
Cotação: *
Brasil e Argentina nunca se entenderam em nenhum assunto. No cinema não poderia ter sido diferente. Uma das únicas co-produções dos dois países, A Herança dos Devassos é um equívoco. O argumento é fraco e não consegue segurar duas horas de filme nem aqui, nem na China. Alfredinho aceitou dirigir este filme de última hora e reconhece que é o pior de sua filmografia.

NOITE EM CHAMAS (Brasil, 1978)
Direção: Jean Garrett
Canal Brasil, terça (dia 13) ás 00h15
Cotação: *** e meio
Dentro do Cinema da Boca, Jean Garrett foi um dos melhores autores locais. Todos os filmes do realizador português merecem ser vistos. Mesmo os piores. Noite em Chamas foi uma tentativa de se fazer um filme catástrofe. O longa se passa num hotel no centro de São Paulo e os vários personagens que passam por este local. A coisa esquenta quando um servente resolve explodir o estabelecimento. O elenco é recheado de estrelas da pornochanchada. Merecem atenção a participação especial de Carlão Reichenbach como o jornalista e do sempre genial Heitor Gaiotti.


HISTÓRIAS QUE AS NOSSAS BABÁS NÃO CONTAVAM (Brasil, 1981)
Direção: Osvaldo de Oliveira
Canal Brasil, quarta (dia 14) ás 00h15
Cotação: ****
As finadas sessões do Sala Especial sempre mantinham esse filme. O público masculino adora esse conto de fadas ao contrário. Tudo pela presença da belíssima Adele Fátima, intepretando a mulata Clara das Neves. A madrasta é feita pela musa eterna Meire Vieira. O caçador é Costinha. O príncipe homossexual é o homem de teatro Denis Derkian. E claro: tem os sete anões. Mas tudo com duplo sentido.

A REENCARNAÇÃO DO SEXO (Brasil, 1981)
Direção: Luiz Castillini
Canal Brasil, quinta (dia 15) ás 00h15
Cotação: ***
A trajetória do diretor Luiz Castillini é uma das mais interessantes dentro do Cinema da Boca. Natural de Barretos, interior de São Paulo, o realizador foi projecionista antes de ingressar na área cinematográfica. Cinéfilo atuante e homem de esquerda, Castillini foi colaborador da revista Cinema Em Close Up e conseguiu realizar seu primeiro longa-metragem somente aos 34 anos. Uma idade avançada para os padrões da Rua do Triunfo. Muitas vezes sem qualquer recurso, este empenhado diretor conseguia fazer longas-metragens dignos. A Reencarnação do Sexo é uma tentativa de cinema de terror. A história gira em torno de um pai que mata o empregado que namora sua filha. Os anos passam e a casa onde o crime aconteceu fica amaldiçoada. A trama é inventiva e o resultado é acima da média.

Na sexta (dia 16), sábado (dia 17) e domingo (dia 18) serão exibidos reprises dos filmes descritos aqui.

Cotação goleiros Palmeiras-I:

****- ótimo (Marcos)
***- bom (Leir Gilmar)
**- razoável (Gato Fernandez)
*- ruim (Martorelli)

domingo, 11 de março de 2012

Livro resgata a trajetória de Coisas Eróticas

Os jornalistas Denise Godinho e Hugo de Moura irão lançar um importante documento sobre o cinema brasileiro. Trata-se de Coisas Eróticas: A História Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Nacional pela editora Panda Books. Em 2012, se completam três décadas do longa-metragem dirigido pelo realizador italiano Raffaele Rossi (1938-2007). Ajudei os autores com contatos de pessoas que atuaram no filme e trabalharam diretamente com Rossi. Denise e Hugo também estão concluindo um documentário sobre o primeiro longa brasileiro de sexo explícito. 

O lançamento acontece no dia 4 de abril (quarta-feira) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2073) ás 19h. O VSP estará lá.

terça-feira, 6 de março de 2012

Boca moments- I

O cineasta Roberto Mauro e o diretor de fotografia e realizador Carlos Reichenbach no bar Soberano, na Boca do Lixo paulistana

Arquivo da foto: Carlos Reichenbach

sexta-feira, 2 de março de 2012

VSP comenta as pornochanchadas da semana do Canal Brasil- dias 5 a 11 de março

Para ver a beleza de Selma Egrei, recomendamos o pornodrama Sexo, Sua Única Arma que será exibido no Canal Brasil na terça (dia 6). Produção ambiciosa do talentoso realizador Geraldo Vietri, homem importante na história da televisão brasileira. Imperdível.

KUNG FU CONTRA AS BONECAS (Brasil, 1975)
Direção: Adriano Stuart
Canal Brasil, segunda (dia 5) ás 00h15
Cotação: **
Comédia erótica com influência dos filmes de kung fu, gênero que fazia sucesso nos anos 70. A atriz Helena Ramos chegou a treinar a arte marcial na realização deste longa. Algumas cenas tem até sua graça, mas falta a Kung Fu Contra as Bonecas uma pegada mais forte de humor. A película sofre da falta de influência das comédias italianas. O argumento é meio piada: rapaz volta a sua casa e descobre que sua família foi dizimada por um grupo de cangaceiros homossexuais. A musa Helena Ramos irá ajudá-lo na vingaça.

SEXO, SUA ÚNICA ARMA (Brasil, 1983)
Direção: Geraldo Vietri
Canal Brasil, terça (dia 6) ás 00h15
Cotação: ****
Jovem cega  chega para ficar com uma família. Num primeiro momento, ela parece inocente e solidária. O tempo mostrará que ela busca vingaça. A atuação de Selma Egrei neste trabalho merecia um prêmio. Atores de primeiro nível (como Serafim Gonzalez, Ewerton de Castro e Arlete Montenegro) auxiliam no caprichado resultado final deste impactante drama urbano.  

MULHER OBJETO (Brasil, 1981)
Direção: Sílvio de Abreu
Canal Brasil, quarta (dia 7) ás 00h15
Cotação: ***
O grande filme da atriz Helena Ramos em um dos principais clássicos da pornochanchada brasileira. Após dois anos de casamento, a esposa descobre que não possui mais interesse no relacionamento amoroso com o marido (Nuno Leal Maia). Eles irão se divorciar e ela procurará o sexo com outros homens. Produção da Cinedistri de Aníbal Massaini Neto com elenco acima da média.

DAMA DA ZONA (Brasil, 1979)
Direção: Ody Fraga
Canal Brasil, quinta (dia 8) ás 00h15
Cotação: ***
Prostituta de personalidade forte (Marlene Silva) mora num bairro decadente de São Paulo. O local é dominado por uma série de personagens exóticos e engraçados. Dentro da trama, tem algo típico dos filmes de Ody Fraga: uma equipe de Cinema Novo recebe dinheiro de um cafetão e termina fazendo uma fita erótica. O diretor tem trabalhos melhores. Mas este tem traços de seu talento como um dos maiores estetas da Boca paulistana.

Na sexta (dia 9), sábado (dia 10) e domingo (dia 11) serão exibidos reprises dos filmes descritos aqui

Cotação:
****- ótimo (Arce)
***- bom (Galeano)
**- razoável (Dedimar)
*- ruim (Rivarola)