A BOCA EM ROTERDÃ
10 de julho a 05 de agosto de 2012
Com o apoio do Festival Internacional de Cinema de Roterdã (International Film Festival Rotterdam), a Cinematecareapresenta em São Paulo a mostra The mouth of garbage – subculture and sex in São Paulo 1967-1987, destaque daúltima edição do evento, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo. Com curadoria de Gabe Klinger, aretrospectiva exibe uma seleção de filmes rodados entre as décadas de 1960 e 1980, incluindo desde obras de referência docinema brasileiro de vanguarda, como A margem, de Ozualdo Candeias, O bandido da luz vermelha, de RogérioSganzerla, e Orgia ou o homem que deu cria, de João Silvério Trevisan, a clássicos do cinema de sexo explícito comoFuk fuk à brasileira, de Jean Garrett, e Senta no meu, que eu entro na tua, de Ody Fraga.
Objeto desprezado pela historiografia oficial do cinema brasileiro, investigado com interesse por pesquisadoresindependentes, alvo de preconceitos ou de um culto que às vezes deturpa seu significado, o cinema da Boca começou aganhar forma quando produtores, distribuidores e exibidores sediados no centro da capital paulista, souberam erguer umsistema contínuo de produção e comercialização de filmes, mantido por capital privado e favorecido pela lei deobrigatoriedade decretada pelo governo no início dos anos 1970, que garantia espaço ao filme brasileiro nas salas deprojeção. Contando com esta reserva de mercado, a Boca investiu em gêneros narrativos populares, flertando com o filmepolicial e de aventura, com o faroeste, a comédia erótica e, já em sua derrocada nos anos 1980, com o sexo explícito. Alémdisso, também criou um star system próprio, alimentado pela celebração de suas musas e astros através de jornais erevistas, e funcionou ainda como espaço de formação para inúmeros técnicos e realizadores, acolhendo os jovens queprocuravam uma opção artística diversa daquela praticada pelos cinemanovistas – a geração do chamado cinema marginal.
Contando com uma parcela expressiva da filmografia da Boca, e com obras que dialogam com o imaginário ali cultivado, amostra A BOCA EM ROTERDÃ homenageia o cineasta Carlos Reichenbach (1945-2012), apresentando, em novas cópias35mm, os longas Lilian M: relatório confidencial e o raro Império do desejo. Para contribuir com a discussão sobre ocinema ali produzido, a Cinemateca ainda promove dois debates ao longo de julho – o primeiro, no dia 14/07, com apresença do diretor, roteirista e escritor João Silvério Trevisan, que assina o anárquico Orgia ou o homem que deu cria, eo segundo no dia 21/07, com a presença do cineasta Alfredo Sternheim, autor de Anjo loiro, estrelado por Vera Fischer.Orgia ou o homem que deu cria e Anjo loiro serão projetados em novas cópias 35mm confeccionadas pela Cinemateca.Outro destaque da programação é Vítimas do prazer – snuff, de Claudio Cunha, pérola sobre dois produtores estrangeirosque vem ao Brasil para rodar, na Boca do Lixo, um filme snuff, no qual os atores são mortos de verdade diante das câmeras.
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Maiores de 60 anos e estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação de documento.
PROGRAMAÇÃO
10.07 | TERÇA
SALA CINEMATECA BNDES
18h30 LILIAN M: RELATÓRIO CONFIDENCIAL
21h00 IMPÉRIO DO DESEJO
11.07 | QUARTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h30 A MARGEM
20h30 O CONVITE AO PRAZER
12.07 | QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 O BANDIDO DA LUZ VERMELHA
20h30 O DESPERTAR DA BESTA
13.07 | SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 O PORNÓGRAFO
20h30 VEREDA TROPICAL | SENTA NO MEU, QUE EU ENTRO NA TUA
14.07 | SÁBADO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
15h30 LILIAN M: RELATÓRIO CONFIDENCIAL
19h00 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA | ENCONTRO COM JOÃO SILVÉRIO TREVISAN
15.07 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
16h00 O CONVITE AO PRAZER
17.07 | TERÇA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1969/70 | O VAMPIRO DA CINEMATECA
20h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1970/71 | O INSIGNE FICANTE
18.07 | QUARTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA
19.07 | QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 IMPÉRIO DO DESEJO
20h30 BOCADOLIXOCINEMA: 31/12/1976 | AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA
20.07 | SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 O DESPERTAR DA BESTA
21h00 FUK FUK À BRASILEIRA
21.07 | SÁBADO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1969/70 | O VAMPIRO DA CINEMATECA
19h00 ANJO LOIRO | ENCONTRO COM ALFREDO STERNHEIM
22.07 | DOMINGO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30 O PORNÓGRAFO
18h30 BOCADOLIXOCINEMA: 31/12/1976 | AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA
20h30 A MARGEM
24.07 | TERÇA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 O BANDIDO DA LUZ VERMELHA
21h00 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA
25.07 | QUARTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 ANJO LOIRO
20h30 LILIAN M: RELATÓRIO CONFIDENCIAL
26.07 | QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1970/71 | O INSIGNE FICANTE
20h30 VÍTIMAS DO PRAZER – SNUFF
27.07 | SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 IMPÉRIO DO DESEJO
21h00 OH, REBUCETEIO!
28.07 | SÁBADO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 VÍTIMAS DO PRAZER – SNUFF
21h00 BOCADOLIXOCINEMA: 31/12/1976 | AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA
29.07 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
16h00 O CONVITE AO PRAZER
31.07 | TERÇA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
21h00 VEREDA TROPICAL | SENTA NO MEU, QUE EU ENTRO NA TUA
01.08 | QUARTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
20h30 OH, REBUCETEIO!
02.08 | QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
21h00 FUK FUK À BRASILEIRA
03.08 | SEXTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h30 ANJO LOIRO
04.08 | SÁBADO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h00 A MARGEM
21h00 VÍTIMAS DO PRAZER – SNUFF
05.08 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
16h00 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1970/71 | O INSIGNE FICANTE
FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES
Anjo loiro, de Alfredo Sternheim
São Paulo, 1973, 35mm, cor, 103’Mario Benvenutti, Vera Fischer, Celia Helena, Ewerton de Castro
Professor apaixona-se pela jovem namorada de seu melhor aluno. Mas as repetidas infidelidades da moça o levam aodesespero. Lançado no auge do cinema marginal, e em meio à consolidação de uma produção regular da Boca, Anjo loiroobteve boa repercussão de público até ser interditado pela censura. Estrelado por Vera Fischer, é inspirado no clássico deJoseph von Sternberg, O anjo azul, adaptado de um romance do escritor Heinrich Mann. Fotografia de Reinaldo Paes deBarros.
não indicado para menores de 16 anos
sáb 21 19h00 | qua 25 18h30 | sex 03 18h30
Aopção ou as rosas da estrada, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1981, 35mm, pb, 88’
Carmem Angélica, Alan Fontaine, Nere di Passi, Carmem Ortega
Mergulho no cotidiano de um grupo de mulheres pobres, cortadoras de cana. Marginalizadas, vivem à beira da estrada,levando a prostituição como forma de sobrevivência e única maneira de se chegar à cidade. Unindo sequênciasdocumentais e ficcionais, Aopção ou as rosas da estrada recebeu o Prêmio Leopardo de Bronze no Festival de Locarno de1981.
não indicado para menores de 16 anos
qui 19 20h30 | dom 22 18h30 | sáb 28 21h00
O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla
São Paulo, 1968, 35mm, pb, 92’
Paulo Villaça, Luiz Linhares, Helena Ignez, Pagano Sobrinho
Marginal coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais requintados. Enquanto cometeseus delitos, conhece uma provocante prostituta, famosa em toda a Boca do Lixo, por quem se apaixona. Primeirolonga-metragem de Rogério Sganzerla, O bandido da luz vermelha é um dos filmes mais influentes da história do cinemabrasileiro. Em diálogo com a nouvelle vague e com a obra de Orson Welles, Sganzerla sacode o panorama cinematográficoda época, construindo
uma paródia anárquica. Fotografia de Peter Overbeck e Carlos Ebert. Montagem de Sylvio Renoldi.
não indicado para menores de 16 anos
qui 12 18h30 | ter 24 19h00
Bocadolixocinema: 31/12/76, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1976, 35mm, pb, 12’
Documentário sobre a festa de final de ano de 1976 na Rua do Triunfo, organizada pelo meio cinematográfico. O filmetambém é conhecido como Festa na Boca.
não indicado para menores de 14 anos
qui 19 20h30 | dom 22 18h30 | sáb 28 21h00
O convite ao prazer, de Walter Hugo Khouri
São Paulo, 1980, 35mm, cor, 111’ | Exibição em HD Cam
Sandra Bréa, Roberto Maya, Helena Ramos, Serafim Gonzales
Empresário milionário e seu amigo dentista, ambos casados, dedicam seu tempo para fazer sexo com várias mulheres.Juntos, desfrutam de incessantes sessões de prazer num luxuoso apartamento. Em O convite ao prazer, Khouri retoma ostemas caros à sua obra como a crise existencial, a insatisfação do desejo e a incomunicabilidade que permeia a vida detipos da alta burguesia paulistana. Além de trabalhar com o universo de Noite vazia, Khouri ainda dirige neste filmealgumas das principais musas da Boca como Aldine Müller, Patrícia Scalvi e Kate Lyra. Fotografia de Antonio Meliande.
não indicado para menores de 18 anos
qua 11 20h30 | dom 15 16h00 | dom 29 16h00
O despertar da besta, de José Mojica Marins
São Paulo, 1969, 35mm, cor/pb, 92’
José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias, Andréa Bryan
Médico expõe num programa de televisão sua tese sobre as drogas e sua influência sobre a mente, mostrando resultadosde seus experimentos com LSD e com a imagem de Zé do Caixão. Filme de invenção, sintonizado com a vanguarda dosanos 1960, O despertar da besta, também conhecido como Ritual dos sádicos, foi censurado pelo governo militar. Obraantropofágica, conta com roteiro do mestre da “pulp fiction” brasileira Rubens Francisco Lucchetti. Exibição da cópiarestaurada pela Cinemateca Brasileira com patrocínio da Petrobras.
não indicado para menores de 18 anos
qui 12 20h30 | sex 20 19h00
Fuk fuk à brasileira, de J. A. Nunes (Jean Garrett)
São Paulo, 1986, 35mm, cor, 80’
Chumbinho, Bianchina Della Costa, Iragildo Mariano, Lia Soul
Anão telepata é adotado por um casal praticante de orgias. Um dia, a mulher se recusa a lubrificar o ânus para o maridocom margarina – ela só gosta de manteiga – e ele decide então sodomizar o pobre anão, que escapa do assédio pelaprivada e vai viver uma verdadeira odisseia com a direito a lusitanos pansexuais, naves de formato fálico e outrasaberrações eróticas. Comédia surrealista, Fuk fuk à brasileira é uma das mais estranhas produções da Boca na era doexplícito.
não indicado para menores de 18 anos
sex 20 21h00 | qui 02 21h00
Império do desejo, de Carlos Reichenbach
São Paulo, 1980, 35mm, cor, 95’
Roberto Miranda, Benjamin Cattan, Marcia Fraga, Meiry Vieira
Viúva descobre que o marido devasso mantinha uma casa na praia para encontros extraconjugais. Decidida a reaver apropriedade, tomada por grileiros, ela embarca para o litoral e, durante a viagem, dá carona a um casal de hippies. Temposdepois, regressa para a capital, e fatos estranhos começam a governar o lugar – duas estudantes desaparecem, um poetalouco ronda a vizinhança e devora uma jornalista chinesa. Primeiro filme brasileiro a receber da censura o título de“espetáculo pornográfico”, Império do desejo chegou a ser programado em meados dos anos dos 1980 pelo então curadordo Festival de Roterdã, Hubert Bals. No entanto, por diversas complicações, não foi apresentado. Décadas depois, graçasao trabalho de preservação da Cinemateca, uma nova cópia 35mm do filme foi exibida dentro da mostra The mouth ofgarbage.
não indicado para menores de 16 anos
ter 10 21h00 | qui 19 18h30 | sex 27 19h00
O insigne ficante, de Jairo Ferreira
São Paulo, 1977-1980, super-8, cor, 60’ | Exibição em DVD
Como num diário ou caderno de notas, o cineasta e crítico Jairo Ferreira discute o conceito de invenção, segundo as teoriasde Erza Pound. Filme de viagem, no qual Jairo leva sua câmera até Goiás, Paris, Bahia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,encontrado diversas personalidades, entre as quais o crítico Inácio Araújo, os cineastas Carlos Reichenbach, JúlioBressane e Edgar Navarro, e o escritor Dyonélio Machado.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 21h00 | qui 26 18h30 | dom 05 16h00
Lilian M: relatório confidencial, de Carlos Reichenbach
São Paulo, 1975, 35mm, cor, 120’
Célia Olga Benvenutti, Benjamin Cattan, Edward Freund, Lee Bujyja
Seduzida por um mascate, camponesa abandona a família para ganhar a vida em São Paulo. Um acidente de carro faz comque ela siga sozinha para a capital, onde assume outro nome – Lilian – e se torna amante de um industrial e de seu filho. Otriângulo amoroso termina em tragédia e ela se envolve com outro homem poderoso, mas é novamente abandonada. A sós,é levada para a baixa prostituição pelas mãos de um marginal. Após três anos dedicando-se ao filme publicitário,Reichenbach radicaliza sua volta ao cinema, realizando uma obra à frente de seu tempo, sob influência do cinema deShohei Imamura. Produzido com as sucatas de cenários da extinta Jota Filmes, Lilian M faz uma súmula da visãocinematográfica de seu diretor. Destaque para a participação especial do produtor e programador da Cinemateca BernardoVorobow.
não indicado para menores de 16 anos
ter 10 18h30 | sáb 14 15h30 | qua 25 20h30
A margem, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1967, 35mm, pb, 96’
Mário Benvenutti, Valéria Vidal, Bentinho, Lucy Rangel
Às margens do rio Tietê, histórias de amor se desenrolam: em meio à miséria e a luta pela sobrevivência, dois casais que asociedade ignora tentam encontrar-se. Entre pequenos golpes pela sobrevivência, os personagens evoluem por entreencontros nas franjas da cidade, nos baixos da várzea, não resistindo à violência de um submundo em processo deinapelável deterioração. Filme de estreia de Ozualdo Candeias, A margem foi lançado pouco tempo depois de Terra emtranse, deslocando o foco da crítica que até então debatia o impacto do filme de Glauber. Elemento estranho dentro dopanorama cinematográfico da época, A margem foi considerado um dos precursores do chamado cinema marginal. Hoje écelebrado como um dos mais importantes filmes do cinema brasileiro moderno.
não indicado para menores de 16 anos
qua 11 18h30 | dom 22 20h30 | sáb 04 16h00
Orgia ou o homem que deu cria, de João Silvério Trevisan
São Paulo, 1970, 35mm, pb, 92’
Fernando Benini, Sérgio Couto, Pedro Paulo Rangel, Ozualdo Candeias
Depois de matar o pai, jovem tresloucado inicia uma caminhada, para a qual se juntam uma série de personagens – umintelectual que fala uma língua incompreensível, um travesti negro, um anjo de asa quebrada, prostitutas, um cangaceiro,entre outros tipos brasileiros. Juntos, eles viajam rumo à cidade grande. Em sintonia com o movimento tropicalista, Orgiaou o homem que deu cria é marcado por uma narrativa anárquica, rica de situações nonsense e personagens alegóricas.Único longa-metragem do cineasta, roteirista e escritor João Silvério Trevisan, Orgia conta com fotografia de CarlosReichenbach.
não indicado para menores de 16 anos
sáb 14 19h00 | qua 18 18h30 | ter 24 21h00
Oh, rebuceteio!, de Claudio Cunha
Rio de Janeiro, 1984, 35mm, cor, 75’ | Exibição em Beta digital
Claudio Cunha, Eleni Benedetti, Jaime Cardoso, José Luiz Rodi
Diretor de teatro convoca candidatos para sua nova peça teatral. O elenco é dividido em grupos e o encenador realizalaboratórios coletivos nos quais cada ator é obrigado a colocar seus “demônios” pra fora. Enquanto os intérpretes sedebatem nos ensaios, o egocêntrico diretor assiste a tudo impassivelmente. Inspirado pelo musical Oh! Calcutta!, deJacques Levy, Oh, rebuceteio! desmonta os principais clichês do filme pornográfico. Trata-se de uma das comédias desexo explícito mais originais do cinema brasileiro.
Diretor de teatro convoca candidatos para sua nova peça teatral. O elenco é dividido em grupos e o encenador realizalaboratórios coletivos nos quais cada ator é obrigado a colocar seus “demônios” pra fora. Enquanto os intérpretes sedebatem nos ensaios, o egocêntrico diretor assiste a tudo impassivelmente. Inspirado pelo musical Oh! Calcutta!, deJacques Levy, Oh, rebuceteio! desmonta os principais clichês do filme pornográfico. Trata-se de uma das comédias desexo explícito mais originais do cinema brasileiro.
não indicado para menores de 18 anos
sex 27 21h00 | qua 01 20h30
O pornógrafo, de João Callegaro
São Paulo, 1970, 35mm, pb, 80’
Stênio Garcia, Liana Duval, Sérgio Hingst, Ednardo Pinheiro
Miguel Metralha sonha em ser gângster de filme noir. Começa a trabalhar numa editora de revistas pornográficas na Boca doLixo, mas, tempos depois, seu chefe morre. Quando tenta mudar o estilo das publicações, tem de enfrentar a resistência deuma cafetina e a concorrência das revistas estrangeiras. Homenagem a um dos mais célebres gêneros do cinema industrialamericano e seus mitos, O pornógrafo também é marcado pelo deboche e pela paródia, dialogando diretamente comproduções como O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla. Sua equipe é formada por alguns dos principaistalentos da vanguarda da época, como o crítico Jairo Ferreira e o montador Sylvio Renoldi. Participação especial de CarlosReichenbach.
não indicado para menores de 16 anos
sex 13 18h30 | dom 22 16h30
Uma rua chamada Triumpho 1969/70, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1971, 35mm, pb, 11’
Documentário sobre a Boca do Lixo, sua fauna humana e cinematográfica, construído a partir de fotos registradas porCandeias.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 19h00 | sáb 21 16h30
Uma rua chamada Triumpho 1970/71, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1971, 35mm, pb, 9’
Segunda parte do documentário sobre a Boca do Lixo.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 21h00 | qui 26 18h30 | dom 05 16h00
Senta no meu, que eu entro na tua, de Ody Fraga
São Paulo, 1985, 35mm, cor, 89'
Silvia Dumont, Germano Vezani, Débora Muniz, Sandra Yoko Midori
Insólita comédia de sexo explícito, dividida em dois episódios. No primeiro, uma mulher descobre que sua vagina fala e que tem suas próprias opiniões e desejos. No segundo, um homem duplica sua capacidade sexual depois que um pênis nasce em sua cabeça. Clássico do gênero dirigido pelo mestre Ody Fraga.
não indicado para menores de 18 anos
sex 13 20h30 | ter 31 21h00
O vampiro da cinemateca, de Jairo Ferreira
São Paulo, 1975-1977, super-8, cor, 64’ | Exibição em Beta digital
Jairo Ferreira, Julio Calasso Jr., Luiz Alberto Fiori, Carlos Reichenbach
Rodado em super-8, O vampiro da cinemateca costura poesia, pastiche, trechos de filmes e músicas, imagens de arquivo,improviso de atores e sequências ficcionais, numa verdadeira colagem que revela as ideias sobre o “cinema de invenção”defendido por Jairo Ferreira. Filme de montagem, disposto a “inventar novos signos”, nas palavras de seu realizador.
Rodado em super-8, O vampiro da cinemateca costura poesia, pastiche, trechos de filmes e músicas, imagens de arquivo,improviso de atores e sequências ficcionais, numa verdadeira colagem que revela as ideias sobre o “cinema de invenção”defendido por Jairo Ferreira. Filme de montagem, disposto a “inventar novos signos”, nas palavras de seu realizador.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 19h00 | sáb 21 16h30
Vereda tropical, de Joaquim Pedro de Andrade
São Paulo, 1977, 35mm, cor, 18’ | Exibição em HD Cam
Cláudio Cavalcanti, Cristina Aché, Carlos Galhardo
Na Ilha de Paquetá, professor tarado investiga a vocação genital dos legumes e frutas, mantendo relações sexuais comuma melancia. Em suas experiências, conta com a interlocução de uma atenciosa aluna. Comédia erótica baseada noconto homônimo de Pedro Maia Soares. Um dos quatro episódios do filme Contos eróticos, Vereda tropical foi censuradopelas autoridades militares, que exigiram cortes praticamente integrais na obra. De acordo com Joaquim Pedro, um filme“educativo e libertário”. Montagem de Eduardo Escorel.
não indicado para menores de 16 anos
sex 13 20h30 | ter 31 21h00
Vítimas do prazer – snuff, de Claudio Cunha
São Paulo, 1977, 35mm, cor, 108’ | Exibição em Beta digital
Carlos Vereza, Rossana Ghessa, Canarinho, Hugo Bidet
Dois inescrupulosos produtores de cinema estão no Brasil para rodar, na Boca do Lixo, um filme "snuff" (em que os atoressão mortos de verdade diante das câmeras). Para tanto, precisam de um brasileiro que se disponha a ser testa de ferro. Umfotógrafo de cinema, dono de uma produtora falida, acaba assumindo o papel. Sucesso de bilheteria na época de seulançamento, com quatro milhões de ingressos vendidos, Vítimas do prazer é uma das estranhas pérolas do cinema daBoca. Escrito por Claudio Cunha e Carlos Reichenbach, rendeu o Prêmio APCA de melhor ator para Hugo Bidet em 1977.Montagem de Sylvio Renoldi.
não indicado para menores de 18 anos
qui 26 20h30 | sáb 28 19h00 | sáb 04 21h00
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