Musa de Castellini,
Patrícia Scalvi também está em Instinto Devasso
A Embrapi (Empresa
Brasileira de Produtores Independentes) merece um capítulo dentro da história
do cinema paulista. A produtora foi uma tentativa de realizar filmes de maneira
independente dentro da Boca do Lixo. A empresa tentava mesclar películas populares
com trabalhos mais pessoais. Dessa maneira, a Embrapi aglutinou alguns dos maiores talentos daquela geração: Jean Garrett, Cláudio Portioli,
Mário Vaz Filho, Antônio Meliande, Antonio Moreras, Eder Mazzini, Carlos
Reichenbach, Concórdio Matarazzo, Ody Fraga e Luiz Castellini. Este último
dirigiu um único longa-metragem produzido pela empresa: Instinto Devasso. O próprio Castellini acredita que este seja seu
trabalho mais pessoal. Infelizmente, trata-se de seu filme menos lembrado.
Filme autoral e hermético,
Instinto Devasso chegou aos cinemas
quando as fitas de sexo explícito estavam reinando as nossas salas. Por isso,
o longa-metragem demorou cinco anos para entrar no circuito comercial. O roteiro
parece ser tirado de algum filme europeu: trata-se de um drama existencial
sobre um homem decadente (Ênio Gonçalves) que leva uma prostituta para sua casa
de praia. Ele parece achar que a moça é superior ás demais pessoas. O filme
conseguiu ser exibido no Rio Cine-Festival. Instinto
acabou não recebendo nenhum prêmio no evento. Segundo Castellini, o júri
avaliou o longa-metragem de maneira preconceituosa. O pior de tudo é que desde
então, o realizador nunca mais conseguiu dirigir um filme. Realizado há mais de
25 anos, Instinto Devasso permanece como
o último longa-metragem dirigido por Castellini. Um diretor talentoso que
permanece praticamente ignorado pela nova geração de realizadores nacionais.
Um profissional dedicado e obstinado que está fora do cinema brasileiro.
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