Um realizador á margem
do mecenato oficial. Essa talvez seja a
melhor maneira de definir os trabalhos do realizador Francisco Cavalcanti. São
várias décadas batalhando dentro do cinema brasileiro sem qualquer tipo de
auxílio governamental. Produtor independente, Chico conseguiu realizar filmes
do gênero policial trabalhando com orçamentos controlados. Diversas fitas de
Cavalcanti sempre chamam atenção. Seja pela criatividade (Sexo, Sexo e Sexo, cujo conteúdo nada tem haver com o título),
produção caprichada (Ivone, A Rainha do
Pecado) ou mesmo pela trilha sonora (O
Instrumento da Máfia). Ninguém passa despercebido por esses trabalhos. São
filmes destinados a um público humilde, o chamado povão.
Pois a obra mais rara da
filmografia Chico é justamente sua estreia como diretor. Trata-se do longa-metragem
Mulheres do Sexo Violento, que foi
lançado comercialmente em 1976. Drama erótico produzido por Nelson Teixeira
Mendes, o filme contou com a colaboração de diversos personagens da Boca
paulista como José Mojica Marins, o Zé do Caixão (ator), Ozualdo Candeias
(primeiro diretor de fotografia) e Alex Prado (gerente de produção). A trama
segue a receita que seria explorada nos trabalhos posteriores do diretor. Com
locações em Mogi das Cruzes, Guarulhos e Gonçalves (MG), Mulheres do Sexo Violento demorou quatro anos para ficar pronto. Franzino
e sem nenhum porte atlético, Cavalcanti seria capaz de subir o monte Everest
para terminar essa fita. Garra e vontade nunca faltaram a esse diretor que
antes de ingressar na sétima arte teve passagens pelo circo e pelo rádio.
Como fazemos para ver
este longa-metragem? Eis uma pergunta
ainda sem resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário