domingo, 5 de janeiro de 2020

Memórias do setorista da Boca IV: Renalto Alves





O filme chamava-se “O Dólar Furado”. O astro era Giuliano Gemma. Esse faroeste italiano fez um sucesso gigantesco no Brasil. Foi ali que um garoto criado no interior do Paraná começou a se apaixonar pela sétima arte. Alto, risonho, cabelo encaracolado. Renalto Alves chegou na rua do Triunfo no período das vacas magras. Seu início foi com o ator, cineasta e produtor Rubens da Silva Prado, o Alex Prado, o Gregório que ficou conhecido pelos filmes “Gregório 38” e “Sangue em Santa Maria”. Renalto fez uma espécie de academia de atores com Alex e depois montou a sua própria. Eram as chamadas “arapucas”, as escolinhas de atores que tanta gente na Triunfo teve. Assim muitas produções se iniciavam por meio de cooperativas entre os alunos. Renalto trabalhou em algumas produções de Alex e mergulhou na época do sexo explícito. Foi ator, diretor de fotografia e participou da produção de inúmeros títulos. Trabalhou com José Mojica Marins (Zé do Caixão), Juan Bajon e sobretudo Sady Baby. Sady foi preso tantas vezes e fez tantas confusões que talvez o livro que o Gio Mendes prepara sobre ele dê conta dessa personalidade. Mas o Renalto sempre foi um técnico dedicado e um amigo especialíssimo. Tem um coração maior que ele mesmo, carinhoso, querido. Depois da Boca foi motorista de ônibus, trabalhou em obra, filmou casamentos, missas, cultos. Mas sempre com um sorriso imenso e muito carinho. Mora em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

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