domingo, 27 de março de 2011

Malditos paulistas: Noite Ilustrada (1928-2002)

Frase:  "O Noite Ilustrada toca um violão sarado! Sempre foi o dono da noite de São Paulo. Lembro-me de um de seus primeiros sucessos, Toalha de Mesa. (...) Conheci o Noite num bar perto de onde estávamos. Depois tive o prazer de tê-lo no mesmo cast, primeiro na Continental, depois na RCA. Um cara bacana!, Lindomar Castilho

segunda-feira, 21 de março de 2011

Rádio web irá transmitir jogos do Nacional na Segundona

Criada em dezembro de 2008, a Rádio Web Mandaqui São Paulo (www.mandaqui.zip.net) vai realizar uma cobertura especial da quarta divisão paulista. A emissora irá transmitir todos os jogos do Nacional Atlético Clube que forem realizados na capital do estado.

O repórter esportivo e proprietário da Mandaqui, Fernando Carlos Rodrigues, acredita que o clube da Barra Funda pode realizar uma boa campanha na Segundona. “O time deve manter o elenco que teve bons resultados na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Nossa expectativa com a competição é ótima, principalmente em relação a temos boas arbitragens e estádios com boas condições”.

A emissora já realizou coberturas da Copa Kaiser e da Copa São Paulo de Futebol Júnior. “Infelizmente, não iremos transmitir jogos fora de São Paulo devido á falta de condições financeiras. A maior dificuldade de manter uma rádio web no Brasil é a falta de patrocínio”, explica Rodrigues.

O Nacional está no grupo 6 e irá jogar na primeira fase contra Portuguesa Santista, Guarujá, EC São Bernardo, Mauaense, Jabaquara, Palestra de São Bernardo e São Vicente. A estreia da equipe paulistana acontece no dia 1º de maio, ás 10h contra o Jabaquara, no estádio Nicolau Alayon.

sábado, 19 de março de 2011

Mestre Dicá


O meio de campo só tinha um dono. Era ele que usava a camisa número 10 e não tinha concorrentes para a posição na equipe. Seu faro para gols, sua ginga em campo e sua raça demonstrada nas partidas tornaram ele um líder. Mas não desses líderes autoritários e mandões, mas sim um sujeito comprometido com a sua profissão e principalmente com o time que defendia.

Nas pelejas e nos clássicos de domingo, seu nome era gritado pela torcida humilde de sua cidade. Um povo sofrido e bastante pobre que tinha a esperança de vislumbrar momentos de glória quando ele adentrava o gramado.

Seu nome era gritado e todos o admiravam. Os membros da principal torcida adversário o temiam e tinham medo dele.

Todos sabiam que a camisa alvinegra não iria ser vestida por uma pessoa qualquer e sim por um homem que detinha uma paixão profunda por seu clube. Mesmo não conquistando grandes feitos com seu time, ele era respeitado e seu nome era temido até pelos clubes de maior tradição.

O tempo passou e hoje o antigo camisa 10 dos domingos é um senhor. Não perdeu a paixão pela bola e pelo time que defendeu ao longo de muitos anos. A camisa 10 que usou por décadas, hoje é usada por jovens promessas sem o mesmo comprometimento de outrora. O estádio do clube, palco de grandes decisões e pelejas, atualmente está quase abandonado. Os jogos do time de mesma camisa alvinegra não dão o público e a repercussão de antes.

Mas nada que abale o entusiasmo e o brio do eterno camisa 10. Temido e admirado, hoje ele é pouco reconhecido na mesma cidade que tanto brilhou. Mas ele continua lá, agora na torcida para que os bons tempos retornem e que outro camisa 10 surja a qualquer momento.

Texto de minha autoria produzido em uma aula de escrita total do curso de pós-graduação em jornalismo literário da ABJL (Academia Brasileira de Jornalismo Literário)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Malditos paulistas: Osvaldinho da Cuíca (1940-)

Frase: "Osvaldinho tem de sobra uma habilidade que falta a muitos sambistas cariocas: sabe rechear de melodias bem elaboradas mesmo os sambas animados e de empolgação", Okky de Souza

domingo, 13 de março de 2011

Malditos paulistas: Geraldo Filme (1928-1995)

Frase: “Um homem bonito e gentil, que defendia a negritude sem ódio”, José Ramos Tinhorão

terça-feira, 8 de março de 2011

O último abraço no Souza

Todo colecionador de discos depende necessariamente do vendedor. Muitas vezes, a pessoa que exerce essa profissão não passa de um simples comerciante. Seu interesse é somente ganhar dinheiro. A maioria são dessa maneira. Mas existem os outros que tratam os colecionadores como amigos e acabam sendo parceiros de longos papos. Coleciono discos desde o final de 2003 e conheci poucos vendedores que podem se encaixar nessa categoria. Na minha memória precária, lembro de dois: o seu Fernando da Celsom e o Souza.

Conheci o Souza pelo amigo Domingos Ruiz Júnior. A loja dessa figura era localizada na Praça Marechal Deodoro, embaixo do Minhocão. Em um cubículo o cara vendia LPs raríssimos, revistas coquetel (que ficava fazendo enquanto te atendia), publicações de todos os tipos, várias fitas VHS, DVD, livros. Além disso, Souzinha também oferecia para seus clientes sucos tipo Sufresh e Guaraná Jesus.

Cearense de nascimento, Souza era desses caras que vieram do nada e fizeram sua vida em São Paulo. Isso foi feito com muito trabalho e com um caráter acima da média. Estive na loja dele diversas vezes, sempre tinha coisas algumas coisas raras e muitos bagulhos. Comprei muitos discos dele, muita coisa do Nelson Gonçalves inclusive. Acho que o LP mais raro foi um do grande Jorge Costa. Quando eu aparecia na loja dele, sempre era festa:

- Matheu, tem um negócio aqui que você vai gostar. Chegou algo novo do Nelsão. Você não é como o Domingo. Ele só gosta de cantoras, mas ele não é bicha não. Ele é assim. Matheu, velha guarda é em tal lugar, samba é em tal lugar.

Como o espaço da loja dele era tudo muito apertado, ele fazia grandes pilhas de discos. Tenho certeza que eu derrubei essas pilhas inúmeras vezes. Ele ficava meio de saco cheio, mas nunca reclamou.

- Matheu, hoje tem um negócio especial que você gosta dessas coisas velhas. Chegou um do Jamelão....tem Teixeirinha também. Ele só canta coisa engraçada. Disco eu só tenho por causa de vocês. Não ganho nada com disco, ganho mais vendendo DVD pornô mesmo. Fazer o quê?

Fui inúmeras vezes a lojinha do Souza. Ele era uma figuraça e sempre dava uns descontos malucos. Lembro que uma vez comprei vários discos e ele me deu um VHS do Independência ou Morte do Carlos Coimbra. Outra vez eu tomei vários sucos e ele não me cobrou nada.

- É brinde pra você Matheu, assim você volta aqui. Esse Domingo é louco também, ele precisa aparecer mais por aqui.

Em fevereiro de 2008, eu apareci na loja do meu amigo e peguei vários discos. Não consegui passar o cartão, que tinha sido bloqueado. Invés de me mandar embora, Souzinha me deixou levar vários discos sem pagar. Nunca voltei para pagá-lo. Ele tinha meu telefone, mas nunca me ligou cobrando. Passei algumas vezes na loja dele, falamos rapidamente mas eu nunca mais voltei pra comprar uns discos. Tive TCC, formatura e uma porrada de coisas. Acabei não voltando na loja dele durante muito tempo.

Fiquei sabendo ontem por um grande amigo que mora perto do sebo do Souza, que este vendedor acima da média morreu há uns seis meses. Infelizmente, não tive tempo de rever ou me despedir dessa figura especial.

Nunca pensei que o Souzinha teria um destino tão cruel: ele era bem jovem, deveria ter no máximo uns 40 anos. Sempre dando risada de tudo, gostava de passear com seu cachorrinho quando fechava a loja. Como diz o ditado popular, basta estar vivo para morrer.

Também não sei ao certo do que o Souza morreu. Parece que ele sofria de diabetes e por algum motivo o caso se agravou. Eu nunca soube o nome completo do Souza. A gente chamava ele pelo sobrenome ou de Souzinha mesmo. É uma pena saber da morte de um amigo querido desta maneira, sem poder ao menos dar um último abraço.

Não sou um grande cronista e nem quero parecer. Somente gostaria de registrar minha homenagem a ele e a outros inúmeros vendedores de disco. São essas pessoas que muitas vezes de maneira humilde, mantém a história viva do nosso povo. A contribuição deles para os pesquisadores, colecionadores e malucos como eu é inestimável.

Meu caro Souzinha: receba dessa forma humilde, o abraço deste seu amigo meio torto que somente agora soube da sua passagem. Fico triste em não ver mais você e não escutar mais a sua voz rouca e alegre.  

terça-feira, 1 de março de 2011

Instituto Cultural Ozualdo Candeias é criado em São Paulo


Ozualdo Candeias é um dos mais importantes cineastas da história do cinema brasileiro e, para homenageá-lo, um grupo de cineastas e estudiosos de cinema reuniram-se no dia 12 de fevereiro de 2011, no Espaço Cultural Novo Lua Nova, à rua Treze de Maio 540, em São Paulo, para fundar o INSTITUTO CULTURAL OZUALDO CANDEIAS. A entidade tem como objetivo preservar a memória fílmica do cineasta, além de resgatar e manter viva a produção cinematográfica realizada na chamada Boca do Lixo de Cinema de São Paulo.

A primeira realização da instituição será a produção do longa-metragem MEMÓRIAS DA BOCA, dirigido por cineastas remanescentes desse importante pólo de produção de cinema. Trata-se de um filme-homenagem com mais de duas dezenas de episódios. Cada episódio, com duração máxima de cinco minutos, será dirigido por um cineasta com passagem por essa produção e relatará acontecimentos relacionados à Boca de Cinema. A produção será cooperativada e finalizada sob a coordenação do Instituto.

Segue abaixo a formação da diretoria eleita:

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente: DANIEL SANTOS
1º Vice-Presidente: CLERY CUNHA
2º Vice-Presidente: FRANCISCO CAVALCANTI
Secretário Geral: LUIS PAULO FARIAS
Secretário de Administrativo-Financeiro: DIOMEDIO PISKATOR
Secretário de Relações Institucionais: GILMAR CANDEIAS
Secretário de Comunicação: VALDIR BAPTISTA
Secretário de Memória e Acervo: ALEXANDRO GAMO

CONSELHO DE CURADORES

Presidente:
MÁXIMO BARRO

Demais membros:
ADHEMAR OLIVEIRA
ALFREDO STERNHEIM
ANDRE PIERO GATTI
DIOGO GOMES DOS SANTOS
EDUARDO AGUILAR
EVERALDO FERRAZ
FERNANDO KAXASSA
JEAN-CLAUDE BERNADET
JOÃO BATISTA DE ANDRADE
JOSÉ MOJICA MARINS
JORGE DOS SANTOS
LUIZ FELIPE MIRANDA
MARIO VAZ FILHO
PIO ZAMUNNER
PAOLO GREGORI
TONY D’CIAMBRA
TONY DE SOUZA

CONSELHO FISCAL

Titulares:
ALEX PRADO
FABRICIO CAVALCANTI
LUIS GONZAGA DOS SANTOS
VIRGILIO ROVEDA
WALTER WANNI

Suplentes:
HOMERO BARRETO
JESUS CARLOS
JOSÉ LOPES
NABOR RODRIGUES
ZÉ DA ILHA


Mais informações podem ser obtidas diretamente no Instituto Cultural Ozualdo Candeias:

SEDE
Rua Manoel Dutra 222 – conj 23 – Bela Vista – São Paulo – SP – BRASIL
CEP 01328-010 – Telefone (11) 3104-1979
Atendimento: de segunda a sexta, das 10h00 às 15h00
Contato eletrônico: ic.ozualdocandeias@gmail.com