domingo, 11 de novembro de 2007

Mostra, eu ser crítico e a tal "crítica oficial"

Sobre a mostra: vi vinte filmes, pra quem trabalha, estuda e edita Zingu! está excelente. Vi muita coisa boa, costumo dar sorte em mostra, sei lá. Os melhores filmes na minha avaliação pessoal foram “A Culpa É do Fidel” da filha do Costra-Graves, Julie Graves e “Paranoid Park”, um filmaço, absolutamente genial do Gus Van Sant. E olha que eu odeio “Elefante”. Sinceramente, eu como o amigo Fernando Roveri ando cansado desse quadrilátero de Paulista, Augusta. Tem gente que acha que a cidade de São Paulo se resume a isso amigos, o que é uma inverdade das mais absolutas. Eu gosto da Mostra, mas realmente tenho alguns pés contra o Cakoff e a organização. Mas se querem saber, é um evento extraordinário, porque temos a chance de ver filmes que nunca vão estrear. Tem milhões de defeitos (as filas, o preço excessivo), mas continua tendo seu charme e pelo menos pra mim, ainda valendo a pena.

Tem muita gente da Zingu! chiando sobre os ingressos que as pessoas de publicações como Cinética, Contracampo e tal ganham de graça. Eu não tenho nada contra isso. Eles tem todo o direito. Eles acompanham o festival bem mais que a gente e todo o dia do evento eles postam alguma coisa. Eles divulgam o evento bem mais que eu e até mesmo que críticos mais conhecidos como o Merten, o Rubinho, Zanin, etc. Então, pelo menos pra mim, eles tem esse direito e eu não tenho nada contra isso.

Outra coisa: eu não sou crítico. Muita gente ás vezes, sem maldade e sim em tom carinhoso (a quem agradeço profundamente) algumas pessoas me chamam de crítico. Amigos, sou jornalista e no máximo grau pesquisador de cinema. Nunca foi minha intenção ser crítico. E pra mim, crítico é quem ganha grana pra fazer isso. Eu não ganho e portanto, não sou isso.

Está aberta uma grande polêmica sobre a crítica oficial. Muita gente (não sei o por que realmente) fica falando mal de tal crítico brasileiro, dizendo que somos atrasados e tal. A minha sincera opinião quanto isso é a seguinte: a crítica cinematográfica brasileira vai continuar atrasada se as pessoas continuarem pensando assim. Aqui em São Paulo a situação é revoltante. Afirmo aqui, como afirmo a todo mundo: eu respeito profundamente o trabalho de Rubens Ewald Filho. Há mais de duas décadas, este homem assumiu de fazer uma crítica popular. E continua fazendo, de maneira corajosa e forte. Tem seus defeitos como todo mundo. Na minha visão pessoal, ele escreve muito bem e seu “Dicionário de Cineastas” e a Coleção Aplauso são fundamentais.

Eu votei no senhor Serra pra governador e no senhor Alckmin pra presidente e um dos motivos capitais foi a Coleção Aplauso, pensando que ela poderia ser implantada nacionalmente. Eu admiro em larga escala o bravo trabalho de Rubens Ewald Filho, que teve coragem e muita bravura nesse trabalho sobre o cinema paulista. Com dificuldades, defeitos e erros. Mas já é alguma coisa, melhor que ficar pousando de intelectual e somente elogiando filmes gringos.

Sempre li (e sempre vou ler) Inácio Araújo, por assumir ser um crítico de cinéfilos também com todos os defeitos e qualidades que sempre assumiu. Estou aqui de peito aberto, dizendo que admiro e adoro esses dois críticos oficiais, e que não tenho nada contra essa crítica oficial, a não ser que adoro eles.

Se todos nós brasileiros, defendêssemos nossa cultura críticos como Rubem Biáfora, Carlos Motta, Paulo Perdigão e tantos outros talvez não tivessem caído no esquecimento. Meu trabalho é de pesquisador, influenciado profundamente pela idéia de todas essas pessoas.

4 comentários:

André Setaro disse...

Concordo com você, Matheus. Bravo!

Vlademir lazo Corrêa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vlademir lazo Corrêa disse...

Também considero essencial a defesa dos grandes nomes da nossa cultura, desde os mais consagrados que tiveram a sorte do reconhecimento, até os que, por um motivo ou outro, por força ds circunstâncias, ficaram à margem e/ou cairam no esquecimento. Claro que há nomes, populares ou não, que são indefensáveis de tão ruins que são, mas mais importante do que jogar pedras nos que consideramos péssimos, e fazer o reconhecimento dos que fizeram por merecer elogios. Como, por exemplo, o citado no texto Rubem Biáfora, que além de crítico renomado, foi diretor de um filme excepcional, O Quarto, uma pequena obra-prima que infelizmente ninguém conhece...Fazer o que, né? Abraços.

Anônimo disse...

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