Este recente episódio que aconteceu na Uniban em São Bernardo do Campo (que é do lado da Metodista) revela o que eu sempre falei neste endereço: ter diploma de faculdade não representa absolutamente nada. Nada. O cara pode ser universitário e atrasado, preconceituoso, idiota, escroto. Vi na televisão uma entrevista de uma estudante da mesma faculdade da moça xingada defendendo os caras que humilharam a outra. A menina falou na televisão: “Mas da forma que ela estava vestida, ela parecia uma prostituta”.
Pelo que li nos jornais, a moça que recebeu esse assédio tem origem humilde e um emprego simples. Mas pergunto pra você amigo leitor, e se ela fosse mesmo uma prostituta? Isso é motivo dela ser humilhada dessa maneira?
Eu acho que não. Porém, esse parece ser o pensamento dos nossos intelectuais e da nossa elite pensante (Diogo Mainardi way of life). Essa é a brilhante classe de universitários que temos. Maravilha. Amigo leitor: você acha mesmo que as pessoas que pensam isso tem alguma formação?
Nada. A maiores faculdades que conheço são a rua e a vivência (principalmente com a diversidade). As pessoas que promoveram este caso que se tornou conhecido nacionalmente não sabem absolutamente nada. Sinceramente, a maioria das pessoas da minha geração baseiam suas vidas em coisas pífias (como consumismo, dinheiro, poder, carro do ano).
Pelo que li nos jornais, a moça que recebeu esse assédio tem origem humilde e um emprego simples. Mas pergunto pra você amigo leitor, e se ela fosse mesmo uma prostituta? Isso é motivo dela ser humilhada dessa maneira?
Eu acho que não. Porém, esse parece ser o pensamento dos nossos intelectuais e da nossa elite pensante (Diogo Mainardi way of life). Essa é a brilhante classe de universitários que temos. Maravilha. Amigo leitor: você acha mesmo que as pessoas que pensam isso tem alguma formação?
Nada. A maiores faculdades que conheço são a rua e a vivência (principalmente com a diversidade). As pessoas que promoveram este caso que se tornou conhecido nacionalmente não sabem absolutamente nada. Sinceramente, a maioria das pessoas da minha geração baseiam suas vidas em coisas pífias (como consumismo, dinheiro, poder, carro do ano).
Infelizmente, nesses tempos nebulosos a mediocridade é geral. Um país que teve tantas pessoas de real valor no meio cultural e esportivo não merece uma juventude como essa.
O personagem que ilustra este post é o cantor Orlando Dias (1923-2001), desaculturado por natureza, popular por excelência e ídolo perpétuo deste blog. Dias foi percussor na nossa canção popular de nomes como Waldik Soriano e Agnaldo Timóteo. Ele não mantinha nojo ou ódio pelas meretrizes (como a nossa elite). Muito pelo contrário. Orlandão gravou nos anos 80 a balada Heroína com os dizeres: "heroína quem não tem conhece/ Muito se prevalece e te xinga sem pena/ A TV escandaliza, mas quem te precisa ama a ti e não te condena".
Um jornalista pífio publicou o livro A História Sexual da MPB com grande coquetel, numa editora gigante e com prefácio do Ruy Castro. Mas ele não citou Orlando Dias em seu estudo. Mesmo cantores e artistas que exploraram muito essa vertente em suas obras (como Adelino Moreira, Nelson Gonçalves e o mestre Noite Ilustrada) foram completamente ignorados. Engraçado isso...
Um jornalista pífio publicou o livro A História Sexual da MPB com grande coquetel, numa editora gigante e com prefácio do Ruy Castro. Mas ele não citou Orlando Dias em seu estudo. Mesmo cantores e artistas que exploraram muito essa vertente em suas obras (como Adelino Moreira, Nelson Gonçalves e o mestre Noite Ilustrada) foram completamente ignorados. Engraçado isso...
7 comentários:
Caro Matheus,
É a mesma pergunta que fiz lá no Insensatez, nos comentários com o Gabriel.
E se ela fosse puta, a humilhação seria legítima?
É um absurdo esse povo.
Meu post por lá ficou muito raivoso, mas realmente perdi a paciência com essa gente.
Abs
Pô, Matheus, eu ia fazer um novo post sobre o caso da Uniban justamente com esse título. Agora preciso arrumar outro. Maldito.
Isso aí lembra a justificativa que foi dada pelos caras que queimaram o índio há alguns anos atrás: "A gente pensou que fosse um mendigo!"
Como se prostituição fosse sinônimo de caráter ruim e como se prostitutas não tivessem o direito de estudar. Isso supondo que ela fosse mesmo uma prostituta, né. Aliás, isso não é da conta de ninguém, creio eu.
No mais, a fetichização em cima dos diplomas anda uma coisa absurda mesmo.
Caro Matheus,
Gostei de ler seu comentário sobre meu post sobre a juventude lá no Insensatez, mas depois publiquei mais dois e você não disse mais nada.
Gostaria muito de saber sua opinião, que prezo tanto.
Abs
Matheus:parabéns. Pelos comentários e grito escrito do seu desabafo! Abraços, Gilmar
Uma das melhores coisas que li nos últimos anos. Valeu mesmo.
Simples, humano, sincero, direto e profundo.
Universidade não melhora ninguém,nem moralmente nem intelectualmente falando.
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