Roveda
comenta sobre seus trabalhos com o ator e produtor Amácio Mazzaropi. Gaúcho é a
pessoa viva que mais vezes trabalhou em longas-metragens com Mazza. Foram nove filmes
como assistente de câmera. Desde O Grande
Xerife (1974) ao derradeiro O Jeca e
a Égua Milagrosa (1980).
O
Mazza era o contrário: não tinha nenhuma prática no aspecto técnico. Aliás, nem
queria saber: posição de câmera, lentes, movimentação. Ele só queria saber o tamanho da enquadração
pra saber o campo de ação dele na câmera. Ele ficava ligado nisso, foi
aprendendo porque no início ele nem sabia isso. Inclusive o aspecto
interpretativo, estar próximo, longe, o quadro aberto, fechado. Ele não se
ocupava com isso, se o eixo estava certo, se dava montagem ou não. Ele não estava
nem aí com isso, nem se preocupava sabia que tinha gente competente cuidando disso.
O Mazza se ligava mais com o roteiro, o esqueleto da história, começo, meio e
fim. Nisso, ele ia lapidando sequencia por sequencia. Nas novelas, tem esse
tipo de coisa, esse tipo de comportamento típico de ator. Se um ator, um núcleo
de cena está se desenvolvendo melhor ele direciona mais ações para aquele ator,
aquela atriz. Então, o Mazza cuidava
muito do lado artístico, né? Tem um fenômeno que ocorre, no comportamento, o
relacionamento do Mazza: a procedência dele é do mundo artístico. Então, ele tinha um
diálogo, um relacionamento com os atores. Equipe, elenco, gente da produção ele
não tinha um carinho especial. Ele prestava mais atenção no elenco. Isso era
tão normal que com o tempo eu acabei me acostumando com isso. Pode ser isso que fez a gente ter trabalhado tantas vezes juntos. Ele foi um cara único.
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