segunda-feira, 4 de maio de 2020

Semana “Placar Mais” no VSP: "Matheus vende sapato que não queima na chuva" (Placar, 2 de setembro de 1988)

Garoto-propaganda

Matheus vende sapato que não queima na chuva


Com seu estilo atrapalhado, o presidente corintiano vai à TV anunciar o sapato de Tôni Carrado

A partir da primeira quinzena do próximo mês, o Brasil inteiro poderá ver o presidente do Corinthians, Vicente Matheus, entrando na chuva – como diz – sem se queimar. Utilizando-se de suas frases atrapalhadas – como “não confundo alhos com bagulhos – ele estará na telinha fazendo propaganda do sapato 752, da Vulcabrás, por um cachê de 6 milhões de cruzados – o mesmo que recebeu seu antecessor, o ator Nuno Leal Maia, o Toni Carrado global. Matheus não vê qualquer dificuldade em repetir para “um Brasil de audiência” algumas de suas mais famosas gafes vocabulares. “Eu falo assim mesmo”, afirma. Também o fato de usar sapatos finos, feitos sob encomenda, e bem diferentes do resistente 752, não parece afetá-lo. “Dizem que ele é um calçado muito bom”, explica. Sua única preocupação na verdade é voltar a conversar com o publicitário Washington Olivetto, que foi quem o convidou, para pedir um aumento no seu cachê milionário. Segundo ele, antes mesmo de ser gravado – o que acontecerá esta semana -, o anúncio já detonou um grande barulho, merecendo, assim, um reajuster de preço.

No início, o presidente corintiano afirmou que doaria todo o dinheiro para uma creche em Guianases, bairro da periferia de São Paulo, e que leva seu nome. Mas sua mulher, Marlene, é contra. Ela acha que o marido deve doar apenas 10% do cachê para a instituição, porque “bondade tem limite”. Como a vontade dela geralmente é lei, as criancinhas da creche podem considerar seu leite desfalcado desde já.



Publicado originalmente na revista Placar, edição 952, 2 de setembro de 1988.

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