Matheus vende sapato
que não queima na chuva
A partir da primeira
quinzena do próximo mês, o Brasil inteiro poderá ver o presidente do
Corinthians, Vicente Matheus, entrando na chuva – como diz – sem se queimar.
Utilizando-se de suas frases atrapalhadas – como “não confundo alhos com
bagulhos – ele estará na telinha fazendo propaganda do sapato 752, da
Vulcabrás, por um cachê de 6 milhões de cruzados – o mesmo que recebeu seu
antecessor, o ator Nuno Leal Maia, o Toni Carrado global. Matheus não vê
qualquer dificuldade em repetir para “um Brasil de audiência” algumas de suas
mais famosas gafes vocabulares. “Eu falo assim mesmo”, afirma. Também o fato de
usar sapatos finos, feitos sob encomenda, e bem diferentes do resistente 752,
não parece afetá-lo. “Dizem que ele é um calçado muito bom”, explica. Sua única
preocupação na verdade é voltar a conversar com o publicitário Washington
Olivetto, que foi quem o convidou, para pedir um aumento no seu cachê
milionário. Segundo ele, antes mesmo de ser gravado – o que acontecerá esta
semana -, o anúncio já detonou um grande barulho, merecendo, assim, um
reajuster de preço.
No início, o presidente
corintiano afirmou que doaria todo o dinheiro para uma creche em Guianases,
bairro da periferia de São Paulo, e que leva seu nome. Mas sua mulher, Marlene,
é contra. Ela acha que o marido deve doar apenas 10% do cachê para a
instituição, porque “bondade tem limite”. Como a vontade dela geralmente é lei,
as criancinhas da creche podem considerar seu leite desfalcado desde já.
Publicado originalmente
na revista Placar, edição 952, 2 de
setembro de 1988.
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