quinta-feira, 12 de novembro de 2020

VSP nas eleições 2020: entrevista com Bárbara Panseri, candidata a vereadora do PDT


A internacionalista Bárbara Panseri, 28 anos, é candidata do PDT (Partido Democrático Trabalhista) a vereadora da cidade de São Paulo. Seguem as perguntas e respostas ao questionário.


VSP- Como surgiu a ideia de você ser candidata a vereadora? 

Bárbara Panseri- Ser candidata e assumir um cargo eletivo é uma vontade que carrego desde a infância – dizia para minha mãe que queria ser candidata a presidente da República. Durante a faculdade, de Relações Internacionais, já me interessava mais pelo setor público e acabei fazendo um mestrado na área e trabalhando na Prefeitura Municipal de São Paulo. Todas essas experiências consolidaram esta vocação, e acredito que estou preparada para representar um projeto de cidade mais humana e igualitária.


VSP- Quais são seus principais projetos?

BP- Trabalho com duas grandes bandeiras: saúde mental e desenvolvimento inclusivo e sustentável. No campo de saúde mental, minha vivência familiar (tenho uma mãe com transtorno bipolar e um pai dependente químico) me fez ver quão fundamental é termos políticas públicas de prevenção e fortalecimento da rede de apoio à saúde mental do SUS. E é impossível termos saúde mental em uma cidade que não contribui para isso, da onde vem minha segunda pauta: o conceito de saúde integral, com acesso e preservação ao meio ambiente, trabalho decente, transporte público de qualidade e habitação.


VSP- A falta de debates televisivos para o Executivo prejudicou os candidatos a vereador?

BP- As campanhas municipais para as Câmaras têm um grande diálogo com os territórios, com a vida dos bairros. Neste sentido, existe uma dinâmica independente dos debates realizados pelos candidatos ao Executivo. No entanto, é claro que os debates nos ajudam a elaborar argumentos e fortalecer as candidaturas majoritárias, que podem ter reflexo nas campanhas de rua.

 

VSP- Por que você escolheu o PDT? Qual sua avaliação da candidatura do Márcio França?

BP- Escolhi o PDT por uma questão ideológica e estratégica. Estou alinhada com as diretrizes do partido, que tem bandeiras históricas no campo do trabalho e da educação. Assim, me senti confortável em me filiar e participar da construção partidária. Hoje sou presidente do movimento Ecotrabalhista municipal e ocupo um cargo na Fundação do partido em nível municipal. Além disso, considerei que teria espaço de construção no PDT e teria mais chances de garantir a legenda para concorrer às eleições.

 Considero que a candidatura do Márcio França é de extrema importância para construirmos um governo progressista e viável, que dialogue com diversos grupos da cidade e que consiga construir um cenário positivo na Câmara Municipal.

 

VSP- Quais as políticas públicas você propõe para a área de saúde?

BP- O trabalho de um vereador é propor legislações e fiscalizar o trabalho do Executivo, numa construção contínua entre diversos atores. Nunca prometo nenhum tipo de política pública de competência do Executivo, pois isso seria enganar meus eleitores. Na minha agenda de propostas para saúde mental, estou focada em três eixos: promoção e prevenção em saúde mental (como programas de combate a estigmas e criação de um plano de prevenção ao suicídio); fortalecimento da Rede de Atenção a Saúde Mental, com mais orçamento, mais profissionais e mais transparência no uso dos recursos; e políticas de prevenção e tratamento do abuso de álcool e outras drogas, com desenho de políticas municipais para isso e defesa de maior integração entre o sistema de saúde e de assistência social.


VSP- Qual é a sua avaliação das medidas do governo estadual e municipal de São Paulo frente a pandemia de Coronavírus?

BP- Os governos municipal e estadual foram irresponsáveis no controle da pandemia e prevenção de um cenário catastrófico, como o que vimos acontecer. Esse cenário foi potencializado pela total inércia do governo federal em ter como absoluta prioridade a saúde de seus cidadãos e cidadãs.

  

VSP- Quais foram as principais dificuldades da sua candidatura?

BP- Sou uma mulher, jovem, sem família rica e sem parentes ou conhecidos já eleitos. Ou seja, tenho muitos elementos que jogam contra a minha candidatura. Temos um cenário eleitoral que privilegia candidaturas ricas, masculinas e já consolidadas. As barreiras de entrada são muitas! Diria que as principais são a arrecadação de recursos e o engajamento da equipe, que geralmente está tocando diversos outros projetos paralelos. Manter a minha própria saúde mental em meio a tudo isso também tem sido um desafio.

 

VSP- Qual é a sua expectativa e do PDT para as eleições de 2020?

BP- Estou otimista! Temos sido muito bem recebidas e recebidos em todos os locais que vamos. As pessoas têm desejo e necessidade de mudança e gostam de conhecer candidaturas com esse perfil. Como o PDT ainda não tem um/a vereador/a eleita em São Paulo, temos este desafio de fazer a primeira cadeira para o partido, o que é um grande desafio. Contudo, estamos com uma chapa bastante diversa e com muitos candidatos com potencial, então esperamos fazer ao menos duas cadeiras.

2 comentários:

Roberto Rogerio disse...

A política precisa de mais representação feminina. Infelizmente os partidos não levam isso a sério e ainda por cima usam muitos laranjas par apenas cumprir cotas. Boa sorte para a Barbara

Barbara Panseri disse...

É isso aí, Roberto. Atualmente temos apenas 9 mulheres de 55 vereadores aqui em São Paulo. Precisamos de mais representatividade. Obrigada pelo apoio 🙏🏼✊🏼