VSP-
Como surgiu a candidatura de Márcio França para a prefeitura de São Paulo?
Antônio Neto- Surgiu após as eleições de 2018,
quando Márcio França disputou o segundo turno da eleição com João Dória e teve,
em São Paulo, quase 1 milhão de votos a mais que o ex-prefeito.
VSP-
O PDT fez aliança com o PSB em diversas capitais. Por que essa parceria não se
deu com outras legendas de esquerda?
AN- Nós estamos construindo um campo
diferente daquele que produziu a maior crise econômica da nossa história. O PDT
buscou se aliar no maior número de cidades possíveis com o PSB, PV e Rede, e
com o PSB formamos inúmeras dobradas. Mas é importante lembrar que em algumas cidades
como Belém e Florianópolis também apoiamos o PSOL.
VSP- O senhor acredita que o fato do Márcio
França ter sido prefeito de uma cidade (São
Vicente, litoral sul do estado de São Paulo) o credencia a ser candidato a
São Paulo?
AN- Ao contrário dos demais candidatos, Márcio França é
experiente. Comandou São Vicente e saiu com mais de 90% de aprovação, além
disso, já foi secretário estadual, deputado federal, vice-governador e
governador. Ele está mais do que credenciado para ser o melhor prefeito da
história de São Paulo.
VSP- Qual avaliação que o senhor faz das
medidas do governo estadual e municipal de São Paulo frente a pandemia do
Coronavírus?
AN- Foi uma gestão do faz de conta. Deveríamos ter seguido as
melhores práticas internacionais com isolamento social radical, controle dos
aeroportos, suspensão do carnaval de 2020 entre outras medidas para que não
precisássemos passar por um isolamento tão longo. Faltou ações efetivas,
tivemos Metrô e ônibus lotados durante a pandemia (a velha lógica do transporte
como mercadoria). Não tivemos testagem em massa e nem controle de acesso
internacional, entre outros pontos que Dória e Covas erraram.
VSP- Quais são as maiores dificuldades na
campanha?
AN- É uma campanha muito diferente. Tirando o lado sanitário
que nos exige responsabilidade, o que mais tem me impressionado é a falta de
esperança do nosso povo. Talvez seja uma das nossas principais tarefas,
resgatar a autoestima do povo paulistano.
VSP- Qual importância tem o Ciro Gomes nessa
candidatura?
AN- Toda, Ciro é uma das principais lideranças nacionais do
campo que a nossa candidatura representa. Uma candidatura longe dos
radicalismos é que busca garantir oportunidades para todos. Tenho um orgulho
danado de ter lideranças como Ciro e Molon ao nosso lado.
VSP- Numa inauguração recente no litoral
paulista, o candidato Márcio França teve uma conversa com o presidente Jair
Bolsonaro. Como o senhor avalia esse fato?
AN- Diálogo, nada mais do que isso. Márcio estava liderando
junto à comunidade libanesa uma arrecadação de alimentos e mantimentos para uma
ajuda humanitária ao Líbano após o desastre em Beirute e precisava de ajuda do
Governo Federal para enviar esses itens para lá. Isso mostra a grandeza do Márcio
de deixar as diferenças de lado, quando necessário, para ajudar a melhorar a
vida do povo. Tenho dito que não existe nada mais reacionário que a
ausência do diálogo.
VSP- Se o Márcio for eleito como será o diálogo
dele com o governador João Dória?
AN- Institucional e de diálogo sempre que necessário. Nós
servimos ao povo e não a nós mesmos.
VSP-
Como será a relação do senhor dentro do governo? O senhor pensa em ser titular
em alguma secretaria?
AN- Eu sou um parceiro de
caminhada. Não sou candidato a secretário, sou candidato a vice. Vou ajudar
naquilo que o Márcio entender que eu possa ser importante.
VSP- Quais são as expectativas do senhor e do
PDT para as eleições de 2020?
AN- As melhores
expectativas possíveis. Estamos disputando com a cabeça de chapa ou a vice em
inúmeras capitais importantes e tenho certeza que teremos grandes vitórias.
Aqui em São Paulo o trabalhismo está confiante na vitória de Márcio França.
Um comentário:
Parabens pela entrevista
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