quarta-feira, 6 de maio de 2009

Flash Bola ABC 4- Canhoteiro


Ex-jogadores da região falam sobre Canhoteiro

Craque do São Paulo nos anos 50, Canhoteiro encerrou a carreira no Saad de São Caetano

MATHEUS TRUNK

Diversos grandes jogadores encerram suas carreiras em times menores e sem expressão nacional. Jairzinho, o furacão da Copa de 70, chegou a atuar pelo Noroeste de Bauru. Outro tricampeão do mundo, Dadá Maravilha, ídolo do Atlético Mineiro e do Internacional, jogou em equipes como o XV de Piracicaba e Douradense do Mato Grosso do Sul.

Felício Saad, empresário e fundador do Saad Esporte Clube queria fazer do clube de São Caetano um dos grandes times do estado. Para isso, em 1967, ele contratou o ponta-esquerda e ex-ídolo do São Paulo José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro (1932-1974).

Considerado um dos melhores dribladores da história do futebol brasileiro, Canhoteiro foi jogador do tricolor paulista entre 1954 e 1963. Foi um dos destaques da equipe campeã estadual de 57. “Ele era um grande jogador e um grande cara. Na época, na posição dele estavam nomes como Garrincha, Zagallo e Pepe. Na minha opinião, ele acabou não dando certo na seleção brasileira por conta do destino”, afirma Dino Sani, ex-volante e contemporâneo de Canhoteiro no São Paulo.

O ex-ponta esquerda são-paulino disputou um campeonato paulista de acesso pela equipe do ABC, onde encerrou a carreira. Decio Bianco jogou com ele no Saad. “A humildade dele não condizia com toda a fama. Ele foi um grande jogador do futebol nacional, mas quando esteve no time de São Caetano, ele vivia mais do nome. Não tinha condições pra continuar atuando por muito tempo”, explica.

Morador de Santo André, o ex-jogador Mário Mesquita iniciou sua carreira no infantil do São Paulo e foi muito próximo a Canhoteiro. “Ele foi um monstro como atleta. Mesmo assim, era muito boêmio e acabamos saindo várias vezes juntos. Ele tinha um barco na Billings, onde eu fui várias vezes”, relembra.

Segundo seus contemporâneos, Canhoteiro era um grande gozador. Decio Bianco conta um episódio que revela esta faceta do craque. “Um dos nossos jogadores, o Vitor usava dentadura. Num jogo, a dentadura dele caiu e o Canhoteiro começou a chutar o troço pra fora do campo. Pouca gente viu isso, nem o juiz percebeu. Sorte que a partida não terminou ali, porque senão o Vitor teria ido pra cima dele”, relembra o ex-atleta as gargalhadas.

Publicado originalmente no Rudge Ramos Online da Universidade Metodista de São Paulo

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