sexta-feira, 30 de outubro de 2015

AS PRISIONEIRAS DA ILHA DO DIABO


Texto: J. Santana
Fotos: Astron Filmes

O tema “bandidos fugitivos levando reféns” já foi explorado quase á exaustão pelo cinema mundial. Mas nem por isso se deixam de fazer filmes sobre ele. Como é o caso presente, uma história concebida e desenvolvida por Agenor Alves, um diretor que começa a firmar carreira na cinematografia paulista, apesar dos recursos limitados que possuí.

E a história que ele concebeu desta vez tem início ao término de um desfilo de modas, onde milionários resolvem recompensar a graça e a desenvoltura dos manequins oferecendo-lhes um jantar, regado a bons vinhos, no iate de propriedade de um deles. Após o jantar e todas as sobremesas, na hora alegre da volta de um passeio que fizeram pelas águas calmas da baia, são todos rendidos por um grupo de quatro marginais que, evadidos de uma penitenciária e perseguidos pela polícia, tomam conta do iate e prosseguem na fuga, agora levando todos como reféns. Depois de algum tempo no mar, o grupo chega novamente à terra num porto distante e semideserto da ilha. Lá eliminam os homens e, violentos como sempre foram, iniciam entre si acirrada disputa pela disputa pela posse das mulheres. Ao final das brigas, restam vivos apenas um bandido e uma das moças por quem ele se apaixonara nesse curto espaço de tempo e a quem defendera com toda a fúria de sua paixão.

Mas a polícia, que não havia interrompido as buscas aos presidiários fugitivos, vai alcança-los na praia, sozinhos, vivendo intensamente seu romance. Trocam tiros e, como em toda história maniqueísta que se preze, o bandido leva a pior e tomba morto para desespero da mocinha agora desamparada e marcada pelo resto da vida por uma experiência violenta e traumatizante.



ELENCO

AGENOR ALVES – JOÃO PAULO – SATÃ – MARLIANE GOMES – TÂNIA GOMIDE – REGINA MELLO – ELY SILVA – MARTHUS MATHIAS

FICHA TÉCNICA
Argumento, roteiro e direção           AGENOR ALVES
Montagem                                        VALMIR
Produtora                                        ASTRON FILMES


Publicado originalmente na revista Privé número 18 ano II em novembro de 1980

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

AS MULHERES DO CAIS

Acompanhe agora uma autêntica estreia do cinema brasileiro. Deste trailer fazem parte Wanda Estefânia (atriz das tele-novelas Te Contei? da Rede Globo e Aritana da Rede Tupi); Selma Egrei (atriz dos filmes A Carne e Filhas do Fogo, entre outros) e a mulata maravilhosa Esmeralda de Barros, a que dispense maiores apresentações. As três, aqui, estão na pele dos personagens que vivem em



AS MULHERES DO CAIS

Escreve J. Santana
Fotos ACG

Terezinha, Lídia e Gina são três mulheres de histórias iguais: um dia, foram amadas e abandonadas. Mas elas são mulheres fortes. E ao invés de ficarem lamentando a sorte, chorando num canto da vida, aproveitaram a chance e foram para o cais mostrar seus corpos aos apetites dos homens. Elas animam a alma dos viajantes cansados e dos malandros insinuantes que vivem no escuro dos becos do porto, revelando seus segredos em lânguidos e sensuais “strip-teases” num cabaré mal iluminado. Elas gostam dos homens chorando a maresia e já foram de todos os marinheiros. É verdade que elas sonham com dias melhores que custam chegar. Enquanto isso, elas ganham a vida amando os homens que pagam por isso. Terezinha, Lídia e Gina, três destinos afogados numa pensão da vida. Ao redor delas, gravita um enxame de outras vidas: gigolôs, homossexuais, proxenetas, policiais, vagabundos, a dona da pensão e poetas sonhadores e eternamente duros. Até o entregador de gás. Elas são As Mulheres do Cais. Para o que der e vier. Essa história pode não ser verdadeira, mas é real no filme que José Miziara dirigiu, uma co-produção Empresa Cinematográfica Haway e Gare Filmes, e que breve estará em nossos cinemas. Wanda Estefânia é Terezinha, Esmeralda Barros é Lídia e Selma Egrei é Gina. Nas próximas páginas, as três mostram, em primeira mão para os leitores de HOMEM os seus personagens de As Mulheres do Cais.

Publicado originalmente na revista Homem número 6 ano 1 em fevereiro de 1979

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

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sábado, 10 de outubro de 2015

Perfil de David Cardoso na revista Homem em 1979

DAVID CARDOSO: O Herói que fez uma bichona pedir arrego no meio do mato. (E ela toda pintada, pesava quase cem quilos!)


Ele já fez quase meia centena de filmes, numa variedade enorme que vai desde o água-com-açúcar “A Moreninha” com Sônia Braga, até o polêmico “A Herança” de Ozualdo Candeias, onde não falou uma palavra sequer, embora fosse o ator principal. Mas, foi mesmo contracenando com as gostosíssimas Sandra Bréa, Vera Fischer, Helena Ramos e outras menos votadas, que ele ficou famoso. Por tudo isso e mais pelo fato de ter visto as mulheres mais bonitas do Brasil nuazinhas em pelo é que ele foi escolhido para esta edição de aniversário. Detalhe: esta reportagem foi feita por uma mulher. (Não nos comprometa, pois).

Escreve e fotografa: Lúcia Reggiani

Confirmada a entrevista. Apesar da ansiedade, afinal não é todo dia que se enfrenta um astro do cinema nacional, me armei de todo o senso jornalístico necessário e resolvi encarar a rebordosa. Era uma terça-feira gorda de agosto. Cheguei na Bandeirantes com uma bolsa pesada, cheia de fitas, gravador, câmera fotográfica, filmes, canetas, papel e calmante. E fui logo dando de cara com o David Cardoso, iluminado ao sol do meio-dia, num papo animado com Luiz Gustavo e Miriam Mehler. Cumprimentos, sorrisos gentis e muita agitação. Ele pediu que o esperasse uns instantes no camarim para que pudéssemos conversar mais calmamente. Não preciso dizer que chamei tudo quanto foi santo: eu tinha simplesmente emudecido diante do belo exemplar do sexo masculino que ia ter à minha frente. Para falar bem a verdade, não foi só porque ele é bonito que eu perdi o rebolado. Acontece que eu passei uma semana inteira vendo a novela “Cara a Cara”, onde ele faz o papel de caipirão inocente, o Tonho. E a diferença entre o personagem tímido e acanhado, e o ator de ares enérgicos e incisivos, foi chocante. No bom sentido, claro. Ele é desses homens que têm um certo brilho no olhar, inquietante, difícil de explicar.

Ele foi parar no xadrez por causa de um filme!

Logo que David chegou ao camarim, começamos a falar de seu último filme “O Desejo Selvagem” (Massacre no Pantanal) onde ele contracenava com a não menos famosa Ira de Furstemberg. “É um filme de tema ecológico, preocupado com a preservação da fauna” – diz ele. Mas, apesar de boa intenção, o filme já rendeu uma prisão para o nosso herói.

Uma cana insólita: ele comprou uma onça, a safada comeu o cachorro de estimação não sei de quem, o não-sei-quem ficou bravo e matou a onça. Conclusão: David foi parar no xadrez por denúncia do Serviço de Proteção aos Animais. E como ele não é nada bobo, já está capitalizando esse tremendo bafafá como reforço publicitário para o filme. Mas essa volta por cima empresarial é só uma consequência porque, na realidade, ele ficou muito puto com a história. Comprou outra onça novinha em folha (aliás, uma tremenda bichona toda pintada), soltou a danada no meio do mato e, só de marra, enfrentou os quase 100 quilos da infeliz, sem truques nem dublês. Fiquei emocionada. Enquanto ele falava da luta com a onça, fiquei observando seus gestos e se a musculatura comportava realmente tanta valentia. Ele estava com uma camisa bem justinha, com alguns botões abertos, que deixavam à mostra uma parte do peito bronzeado. Ombros largos, um tórax muito bem proporcionado, tudo parecendo ser firme e rijo. As mangas bem justas nos braços, delineavam um certo muque, mas sem os exageros dos halterofilistas. Bom, nessas alturas, eu já estava me imaginando fortemente enlaçada pela cintura, dançando com David, ao som de um tangaço argentino, daqueles bem vibrantes, com quedinhas, encaixas e rodopios. Estão vendo o que é tentação?



Ele não tempo de transar com todas as mulheres!

Apesar de estar com essa bola toda, David diz que não se envolve em sexo quando representa: “Imagine só se eu, num filme com 19 mulheres, vou ter tempo de transar com todas elas? Não dá. É muita mão-de-obra. Eu, inclusive, não gosto de sair com mulheres que moram longe porque não tenho tempo para ficar cortando a cidade de ponta a ponta. Além disso, detesto mulher muito intelectualizada, pedante. Não tenho saco para ficar discutindo as possibilidades de paz no Oriente Médio ou as consequências da guerra na Nicarágua, depois de um dia cheio de trabalho. Hoje, por exemplo, estou aqui falando com você, em seguida tenho uma gravação no estúdio, uma externa do outro lado da cidade, programa Sílvio Santos na sequência, e vai saber mais o quê. As pessoas ficam me criticando quando eu falo que gosto de mulher burra, mas acho que dá para entender o porquê, não acha?” E sorriu pedindo confirmação. Não me lembro o que foi que eu respondi. Só sei que ele tem uns dentes branquinhos, certinhos, muito bem colocados pela mamãe natureza dentro de um sorriso largo, puxadinho de um lado, perfeito.

Ele não mistura sexo com trabalho

Ele não gosta que o chamem de Rei da Pornochanchada. “Se você disser que eu faço filmes comerciais com sexo e violência, isso eu concordo. Mas chamar os meus filmes de pornôs é uma besteira. Principalmente pelo custo operacional dos filmes e da técnica empregada. Se eu quisesse fazer pornochanchada eu alugava um apartamento, colocava um tanto de mulheres e homens nus no meio e filmava uma baboseira apelativa qualquer. Agora, um filme em que se paga dez mil cruzeiros por dia para um ator como o Hélio Souto, por exemplo, não pode ser chamado de pornochanchada”. David Cardoso já fez 45 filmes, tendo contracenado com Sandra Bréa, Sônia Braga, Aldine Müller (veja a entrevista nessa edição) entre outras. E, apesar de todo homem ficar babando só de olhar as fotos dessas atrizes, ele diz que é muito profissional, reafirma que não brinca em serviço. Mesmo assim ele deixou escapar que teve uma que o deixou muito excitado: “Foi a Vera Fischer, numa cena do filme “As Fêmeas”. Acho que foi mais pela situação porque estávamos filmando em um barco, com a câmara em outro. Se a cena levasse meia hora mais, eu não sei não”. Nem eu, pensei, imaginando um barco balouçando sobre as ondas calmas, David Cardoso sem aquele monte de roupas, todo bronzeado, cheio de respingos espalhados pelo corpo, salgadinho de água do mar, raios de sol por testemunha, hum...Que Vera Fischer que nada!

Ele não adianta o carro na frente dos bois!

Alem dos inúmeros filmes, David já participou da novela “O Preço de Uma Vida” na extinta TV Excelsior e está se saindo muito bem na Rede Bandeirantes, na novela “Cara a Cara”. O fato de contracenar ao lado de monstros sagrados da televisão como Débora Duarte, Irene Ravache, Vanda Kosmo e a primeira dama do teatro nacional, Fernanda Montenegro, não chega a perturbá-lo. Ele acha que está tudo muito bom e que o segredo do sucesso é a humildade: “Quem quiser alcançar o sucesso não pode esmorecer nunca, deve ter honestidade profissional e ser o mais humilde possível, olhando sempre para trás e vendo que pessoas bem sucedidas como Roberto Carlos, Sílvio Santos e Pelé começaram do nada, chegaram ao topo e continuam lá. Eu não adianto o carro na frente dos bois. Faço o que posso fazer”. David faz questão de ser um profissional impecável, fazendo tudo muito bem e rápido. Aliás, ele se considera um péssimo amante por ser rápido demais em tudo. Também, um cara que pensa dia e noite no trabalho, que é autor, ator, produtor e diretor ao mesmo tempo, acaba ficando num pique de velocidade difícil de acompanhar. Mas no fundo, no fundo, acho mesmo que é cascata. O ibope que ele dá com o mulherio não é brincadeira, e até hoje não vi ninguém reclamando. Ou será que....Bom, deixa pra lá.

Ele está louco atrás de uma peça!

Como nem só de cinema e TV vive o ator, David Cardoso também faz teatro. Atualmente a sua grande preocupação é conseguir os direitos para encenar a peça “E Também o Seu Gato Morreu” do autor americano James Kirkwood, o mesmo de “Chorus Line”: “Estou tendo dificuldades em conseguir os direitos porque parece que o autor está de caso com um brasileiro que, por sua vez, está de olho na peça. Pelo menos foi o que disseram em Nova York”. Quando já estávamos passando para as amenidades e ele me dizendo que é pai de três filhos (um deles é o garoto do iogurte que gosta de viver perigosamente), mas vive sozinho, essas coisas, entra o Luiz Gustavo no camarim, chamando-o para a gravação. Isso é o que eu chamo de intervenção inoportuna. Bem na hora que o papo estava começando a ficar interessante tinha que aparecer alguém para atrapalhar. Mas é a vida. E lá foi ele, despedindo-se apressado.

Ah! Ia me esquecendo da fofoca. Corre o boato, pelos bastidores da Bandeirantes, que ele estrila quando escrevem seu nome sem o “d” mudo: “Davi assim é a mãe! Só respondo se for “d” no final”.


Publicado originalmente na revista Homem número 13 em setembro de 1979

domingo, 4 de outubro de 2015

David Cardoso recomenda o livro DOSSIÊ BOCA


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