Durante
muito tempo, Gaúcho trabalhou como assistente de câmera. Ele cumpriu essa função
em 27 longas-metragens. Aqui o técnico comenta seu relacionamento com o
diretor Eduardo Llorente, com quem trabalhou em Maria...Sempre Maria (1978).
É curioso. Fui contratado inicialmente no Maria...Sempre Maria como assistente de direção. Mas teve uns atrasos da produção. Fui trabalhar em outros filmes. Mas a produção ficou emperrada durante algum tempo. Por isso, depois acabei trabalhando naquele filme do Llorente como assistente de câmera.
O Llorente tinha um problema...a visão dele era comprometida. Usava um óculos quase de fundo de garrafa. Muito falante, teórico, muito teórico. Ele conhecia porque era um dos poucos cineastas no Brasil com grau de escolaridade, tinha título de engenheiro cinematográfico da Universidade de Madri. Engenheiro cinematográfico e ele fazia um plano de trabalho até fazia...ele entendia de montagem. Edição e montagem. Ele programava um trailer num papel e calculava o tempo das tomadas, fotogramas. Ele fez um plano pro filme no balcão da Líder. Encontrou com o Robertinho (o montador Roberto Leme), ele estava com um maço de fotografias pra fazer o trailer de um dos filmes do Zé do Caixão. Ele estava enrolado: “E agora? Filmar como? Ir pro tabletop?”, tinha que ir com o mínimo possível e filmar com as fotografias no tempo certo que seria a ordem deixando pronto o trailer. O Llorente virou: “Dá aqui. Pera aí. Dá o papel aqui”, sempre com o óculos caindo. Uma hora e pouco depois ele estava com uma planilha: “Robertinho: segue essa planilha e manda brasa”. (...) Llorente? Entendia muito de montagem, entendia na prática e na teoria. Ele era professor, inclusive dava aula na Escola Superior de Cinema onde eu conheci o padre Lopes, espanhol jesuíta. O Llorente dava aula lá. Politicamente, tinha uma visão interessante, uma amplitude das coisas naquela época. Aquela bronca dos espanhóis com a Igreja e tinha um problema que eu cheguei a comentar com ele.
O Llorente tinha um problema...a visão dele era comprometida. Usava um óculos quase de fundo de garrafa. Muito falante, teórico, muito teórico. Ele conhecia porque era um dos poucos cineastas no Brasil com grau de escolaridade, tinha título de engenheiro cinematográfico da Universidade de Madri. Engenheiro cinematográfico e ele fazia um plano de trabalho até fazia...ele entendia de montagem. Edição e montagem. Ele programava um trailer num papel e calculava o tempo das tomadas, fotogramas. Ele fez um plano pro filme no balcão da Líder. Encontrou com o Robertinho (o montador Roberto Leme), ele estava com um maço de fotografias pra fazer o trailer de um dos filmes do Zé do Caixão. Ele estava enrolado: “E agora? Filmar como? Ir pro tabletop?”, tinha que ir com o mínimo possível e filmar com as fotografias no tempo certo que seria a ordem deixando pronto o trailer. O Llorente virou: “Dá aqui. Pera aí. Dá o papel aqui”, sempre com o óculos caindo. Uma hora e pouco depois ele estava com uma planilha: “Robertinho: segue essa planilha e manda brasa”. (...) Llorente? Entendia muito de montagem, entendia na prática e na teoria. Ele era professor, inclusive dava aula na Escola Superior de Cinema onde eu conheci o padre Lopes, espanhol jesuíta. O Llorente dava aula lá. Politicamente, tinha uma visão interessante, uma amplitude das coisas naquela época. Aquela bronca dos espanhóis com a Igreja e tinha um problema que eu cheguei a comentar com ele.
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