sábado, 8 de agosto de 2015

Gaúcho 70: Mojica





Roveda iniciou sua carreira trabalhando com José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Ao todo, o técnico sulista colaborou em 13 longas-metragens do realizador. Aqui ele comenta algumas passagens o trabalho no filme O Estranho Mundo de Zé do Caixão.


O Luiz Sérgio Person estava na fita e ele levou dois caras, dois alunos dele pra fazerem estágio conosco lá. Foram o Enzo Barone que ficou fazendo estágio como assistente de produção e o Silvinho também ficou como assistente de câmera comigo. Silvinho ficou sócio do Enzo Barone. Anos depois, eles criaram a maior produtora de filmes publicitários, tal. Levaram pra esse lado e acho que ficaram até ricos.


No Estranho Mundo, o personagem do Mojica tenta provar instinto superior a Razão dizendo que em determinado momento tudo se sobrepõe a Razão. Esse filme não teve grandes coisas, episódios inusitados. O roteiro era do Lucchetti. A equipe a mesma. Estava eu, Mário Lima fazia produção, a Nilce fazia continuidade. Todos começando, de experiência mesmo tinha o Zé Carioca. 


O assistente de câmera não tem acesso, ascendência sobre o eletricista, maquinista. Maquinista ainda tem um sincronismo porque ele opera o travelling, assistente de câmera faz correção de foco. Então, existe um diálogo entre esses dois profissionais. Agora eletricista e outras funções não. Praticamente nada. Como com os atores, repetir um movimento pro cara fazer ensaio de zoom, tal. Hoje tem eletrônico, é outra forma. Mas sempre quando tinha que se dirigir aos atores de preferência ia pelo diretor ou pelo assistente de direção. “Precisa de mais um ensaio”, profissional, o ator profissional sabe disso, sabe que a pessoa que está pedindo pra fazer tem autoridade pra isso. Precisa desse apoio, relacionamento. Então, não teve grandes coisas assim, episódios, pessoal zoava, tinha zoeiras dentro da sinagoga. Tinha o Salvador do Amaral, Pedrão Kopchak. Salvador era um cara muito brincalhão, aprontava brincadeiras.

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