sábado, 11 de janeiro de 2020

Memórias do setorista da Boca X: Jotta Santana




Os filmes da Boca sempre tiveram um problema: a divulgação. Os grandes jornais ignoravam o cinema de São Paulo. Era um desprezo total. Mas existiam as exceções. Um dos responsáveis disso era o jornalista Jotta Santana.


Barbudo, motociclista, papai Noel de shopping e rockeiro, Jotta Santana escrevia bem. Manteve a coluna “De Olho na Boca” no jornal “Notícias Populares” e em revistas masculinas de terceira divisão como “Homem” e “Privé”. A coluna no jornal eram perfis enfocando algum diretor, ator, atriz ou técnico. Já as revistas masculinas o tema era algum filme. Muitas vezes os diretores não passavam as informações e Jotta tinha que ser “criativo”. A revista não podia sair em branco. Mesmo assim, esses espaços funcionavam como uma maneira de divulgação de produções da rua do Triunfo.


Hoje pode parecer piada. Mas na segunda metade das décadas de 1970 e 1980 as revistas masculinas em papel faziam um sucesso gigantesco. Existiam as publicações série “A” como a “Revista do Homem” (que virou “Playboy”) da editora Abril, “Status” da editora Três e “Ele Ela” da Bloch. No segundo escalão vieram “FairPlay”, “Fiesta”, “Close”, “Club”, “Penthouse”, “Playmen” e “Lui”. “Homem” nunca foi do primeiro escalão, mas não era dos piores. Jotta também foi ator em produções de Fauzi Mansur, Kopezky, Francisco Cavalcanti, Ody Fraga e Sady Baby. Sempre quando precisavam de um barbudo chamavam ele. Jotta também era fotógrafo e fazia still nos filmes. Depois, prosseguiu no jornalismo e fotografia sendo repórter de automobilismo e motociclismo. E também foi Papai Noel do Shopping Jandira durante muitos anos.

Nenhum comentário: