Bastidores do rádio, parte VI de VII: Rádio Nacional “versus” televisão
Por Renato Murce
Seleção e transcrição:
Matheus Trunk
Há muita gente que
afirma: a televisão matou o rádio, principalmente a Rádio Nacional. Sendo
elemento novo de comunicação mais atraente, não só contratou os melhores do
teatro e do rádio, como passou, por isso mesmo, a dominar os chamados “horários
nobres”. Não é verdade. Primeiro porque não “matou” coisa nenhuma. Obrigou,
isso sim, o rádio a procurar novos caminhos de sobrevivência. Não só
valorizando horários antes desprezados, como melhorando e ampliando muito suas
transmissões jornalísticas e esportivas. Nisso, a TV dificilmente competirá com
êxito. Também a grande expansão do transistor e dos receptores em automóveis
granjearam para o rádio um número considerável de novos ouvintes. Podem
“curtir”, assim, um bom radioteatro em horários que não colidem com os da TV.
É preciso também notar
que a TV é um “Moloch” terrível. Devorador de imagens e de programas, que em
pouco tempo precisam ser substituídos. Ela não deixa nada para a imaginação do
telespectador. Este acaba por se cansar. E é muito mais difícil e muito mais
cara de fazer funcionar do que o rádio. Vive copiando (e mal copiado) tudo
aquilo que o rádio já fez, com sucesso, há 20 ou 30 anos atrás. A prova de que
a TV não acabou com o rádio, aí está: várias emissoras de rádio (Globo, Jornal
do Brasil, Tupi, Mauá, e mais algumas) progrediram muito depois do surgimento
da televisão.
Ocorreu o mesmo susto
verificado quando diziam que o cinema falado “acabaria” com o teatro. Já se
pensara antes que o rádio se constituiria num “desastre” para a imprensa. Nada
disso! Cada um desses elementos de comunicação tem o seu lugar e o seu público.
A questão é saber situar-se devidamente.
Regrediram, sim, as
emissoras mal administradas. Estas, sim, tiveram ação que podemos chamar de
suicidas. É o caso da nossa tão querida Nacional. Apesar de todos os pesares,
ainda tem os seus adeptos, os seus amores fiéis; graças a um pequeno grupo de
abnegados e veteranos funcionários, consegue manter no ar alguns programas de
entrevistas e radioteatro, além das novelas. Também os programas musicais da
Rádio Nacional (são de bom nível). Mas, programa musical de bom nível não dá
prestígio; uma pequena emissora, de qualquer lugar, pode competir com os
mesmos.
Têm as rádios, ainda
hoje, melhores equipes esportivas e jornalísticas do que a televisão. No
jornalismo a TV só leva vantagem na imagem. Diariamente, informa tudo com
relativo atraso (quanto ao rádio). Quanto ao setor esportivo, nenhuma TV pode
competir com as equipes da Globo, da Nacional, da Mauá, da Tupi, da Continental
e das outras. Como se sabe, a audiência dos esportes é enorme. Talvez a maior
do Brasil, competindo até (creio que com vantagem) com as novelas.
Humorismo é outro
assunto que merece destaque neste livro. Ele começou timidamente, com um
programa da Rádio Sociedade, por volta de 1930: “Manezinho e Quintanilha”.
Sabíamos aqui no Rio do grande sucesso que alcançava em São Paulo o programa de
Nhô Totico (mais para criança). Seguia-se aqui no Rio os quadros do programa
“Horas do Outro Mundo”. Tivemos depois, a “Pensão do Salomão”, criação e
apresentação de Jorge Murad; as situações e piadas incluídas no programa “Alma
do Sertão”, além das “Piadas do Manduca”. Também tivemos a “Hora Só...Rindo”,
de pouca duração.
Um dos programas de
humor mais fino mais bem bolado de todos os tempos foi o “Jornal Humorístico”,
de Lauro Borges. Era denominado “A Buzina” (muita gente pensa que “A Buzina”,
título, é criação do Chacrinha). Esse jornal satirizava, de forma inigualável,
o mundo todo; através de inúmeros correspondentes espalhados pelos cinco
continentes. As notícias eram apresentadas, caricaturalmente, no sotaque do
alemão, do português, do francês, do russo, do italiano, do inglês, do japonês,
do espanhol. Isso, da maneira a mais hilariante possível. Era qualquer coisa
fora do comum. Só mesmo um Lauro Borges poderia fazê-lo. Essa habilidade, ele
iria demonstrar depois, amplamente, na celebérrima PRK-30. Foi outro ponto
fortíssimo através dos tempos.
Outros humoristas, de
amplos méritos, reconhecidos através das ondas hertzianas: Chico Anísio, José
Vasconcelos, Barbosa Júnior e Silvino Neto. Houve, porém, um acontecimento no
rádio que deixou os espectadores e nós mesmos, do meio, perplexos: PRK-30 era
(e assim o considero até hoje) o melhor programa de humor que o rádio já
transmitiu. Pois bem, o repentino e inesperado rompimento de Lauro Borges e
Castro Barbosa com a Rádio Nacional, deixou todos em expectativa e dúvida. O
que poderia a Rádio Nacional colocar, naquele horário das 20h30min ás
sextas-feiras, para substituí-lo? Parecia impossível. Apareceu um humorista,
vindo, não sei se da Mayrink ou da Tupi, chamado Max Nunes. Resolveu o problema
de maneira absolutamente surpreendente: chegou com um programa. Logo, no dia
seguinte à sua estreia, já era famoso: “Balança, mas não Caí”. Tão famoso, que
tomou de golpe a posição de primeiro lugar que pertencia antes ao PRK-30.
“Neguinho e Neguinha”,
“Jararaca e Ratinho”, “Coisas do Arco da Velha”, “Alvarenga e Ranchinho”:
outros momentos alegres que a PRE-8 apresentou por muito tempo. Outras
emissoras, como a Mayrink e a Tupi, também tinha alguns programas do gênero.
Melhores eram os da Mayrink. Atuavam dois gênios do humorismo: Sérgio Porto (o
inesquecível Stanislaw Ponte Preta) e o inteligentíssimo Antônio Maria, nomes
que jamais serão esquecidos.
Local muito falado e
muito badalado foi o famoso Café Nice. Sobre este, o grande jornalista Nestor
de Holanda escreveu um livro. Mas há certo exagero no que se diz e no que se
conta do Café Nice. Parece que aquela casa era a sede ou a filial do próprio
rádio. Não era bem assim. No Café Nice juntava-se diariamente grande parte dos
boêmios do rádio. Muitos elementos duvidosos ali iam em busca de vender um
samba; ou arranjar uma parceria para o mesmo. Além de alguns repórteres
argutos, como o próprio Nestor, o Orestes Barbosa, Nássara, e alguns mais, à
cata de assuntos e fofocas (que as havia às toneladas) sobre o rádio. Os
grandes nomes do sem-fio lá iam raramente. Tinham outros pontos de encontro.
Grupos certos nunca antes citados frequentavam o Bar Hansiática, a Taberna
Carioca, a Taberna da Glória, o Café Chave de Ouro e o Café Universo. Não estou
querendo, com isso, destruir o “mito” Café Nice. A verdade é que lá prevalecia
a quantidade e não a qualidade da gente do rádio.
E é bom que se diga:
nas Memórias do Café Nice, o saudoso
amigo Nestor conta muito mais coisas ocorridas fora daquele ambiente, do que
mesmo na tão falada esquina. Escritor brilhante, paciente pesquisador de fatos
e figuras da sua época, praticamente esgotou grande série de fatos pitorescos e
inúmeras gafes da gente do rádio.
Falei em humorismo e
humoristas, mas não falei nos cômicos. São atuações diferentes. Embora alguns
artistas reúnam as duas. Mas não posso omitir alguns nomes, principalmente o do
grande Brandão Filho, que desopilou o fígado de algumas gerações; Apolo
Correia, Walter e Ema D`Ávila, Alfredo Viviani, Tutuca, Navarro de Andrade,
Matinhos, Zé Trindade, Renato Aragão, Colé, Dedé Santana, Chocolate, Floriano
Faissal (também notável diretor de radioteatro), Altivo Diniz; e outros cuja
omissão peço perdoar: a memória não dá para citar todos.
Deixei para referência
à parte um nome que merece todo o destaque. Pelo seu talento, tarimba, versatilidade
e pela gloriosa carreira de mais de 70 anos: Henriqueta Brieba. Essa atriz eu a
vi cantando e dançando, em 1920, nos teatros da Praça Tiradentes. Conheço-a
bem. Não só pelo convívio de 26 anos na Rádio Nacional, como também pelo seu
comportamento nas excursões que fiz por todo o Brasil, onde tive a felicidade
de inclui-la, podendo melhor aquilatar o seu valor em qualquer gênero em que se
empregasse. Henrique Brieba, mais do que qualquer outra das nossas artistas,
está a merecer uma consagração, um movimento. Algo que a compense um pouco
(financeiramente) do muito tempo que trabalhou por “pingues” salários.
Contracenou com gente que não tinha a metade do seu valor. E que ganhava o
dobro e o triplo. Não fora a minha idade, também avançada, e o cansaço de
tantos anos de trabalho mal compensado, promoveria essa consagração. Na
impossibilidade de fazê-lo, deixo aqui a ideia...
Deixo para o fim deste
trabalho o quadro de honra dos que, na minha opinião, foram os maiores do rádio
em seus diversos setores.
Faço um pequeno
retrocesso: volto a um assunto que já tratei. A ojeriza da imprensa pelo rádio
foi, ainda há pouco, mais uma vez demonstrada, quando da exibição do filme A Estrela Sobe. Era uma adaptação livre,
baseada, segundo seus produtores em um romance de Marques Rebelo, já
desparecido. Segundo alguns, ignorantes no assunto, o referido filme retratava
o início da vida artística de Carmen Miranda. Nada mais falso, nem injusto. A
“Pequena Notável” jamais precisou se valer dos meios relatados naquela película.
Ao contrário: pelo seu inegável valor, até hoje insuperado, era
solicitadíssima, não só pelo rádio como pelo cinema, a ponto de obter vantajoso
contrato para filmar nos Estados Unidos. Sua conduta, podemos todos
testemunhar, era das mais corretas. Além disso, seu grande amor, ao qual ela
permaneceu fiel enquanto esteve no Brasil, era um esbelto rapaz, remador do
Clube de Regatas do Flamengo e nem pertencia ao meio radiofônico. O que nos
pareceu foi que o filme em questão pretendeu mostrar o ambiente predominante do
nosso rádio. E apesar de não ter maiores méritos, salvo um trabalho razoável de
Betty Faria e Eduardo Dolabella, mereceu da crítica especializada os maiores
encômios. O célebre “bonequinho” de O
Globo apareceu de pé batendo palmas. Dizem que foi também um grande êxito
de bilheteria. Tinha seu ponto culminante numa cena grosseira de estupro,
talvez ali encaixada para promover o erotismo do espectador.
Apesar de, em minha
vida, ter sido apontado como célebre “mulherólogo” (como, certa vez, me chamou
Sérgio Porto), isto é, grande apreciador do que há de melhor no mundo, a
mulher, desafio quem aponte no meu procedimento com as que buscava uma posição
no rádio, uma insinuação maldosa sequer. E como eu, muitos outros animadores de
programas de calouros. Conduta inatacável. Por exemplo, o Arnaldo Amaral. O
próprio Ary Barroso, com aquela sua intemperança, com aquela sua maneira acre
de tratar os candidatos, era, sob esse aspecto, corretíssimo. Escrevo essas
linhas para defender o rádio. Desfazer uma imagem falsa que o filme A Estrela
Sobe pretendeu criar para as nossas artistas que, evidentemente, não eram
“santinhas”, mas na sua quase totalidade não se valeram daqueles processos pra
galgar suas posições no sem-fio. Algumas (poucas) que o tenham, feito,
constituem exceções que confirmam a regra.
Um fato que ninguém
sabe, ou do qual apenas muito poucos se lembram (bastante curioso, muita gente
pode pensar que estamos fantasiando): a primeira experiência de TV, no Brasil,
um ou dois anos antes da instalação da TV-Tupi, foi feita nos estúdios da Rádio
Nacional. Como? Indagarão os mais céticos. Certa vez, no começo da década de
1950, estávamos nos preparando (domingo à noite) para a transmissão dos nossos
programas. Vimos o auditório e o respectivo palco serem invadidos por uma
porção de máquinas, cabos, refletores, etc. Pensamos, primeiro, que fosse uma
filmagem da Atlântida, mas não. Uma empresa francesa, cujo nome ignoro, tentava
vender uma estação transmissora de TV à Rádio Nacional. Aquele dia, o Vítor Costa
marcara para o devido teste. Mas testar como? Ninguém sabia de nada. Nem nós
mesmos. Ninguém tinha aparelho receptor. Como ia ser? A tal empresa
providenciara tudo: instalara dois aparelhos receptores na cidade: um na antiga
casa A Exposição, na Avenida Rio Branco esquina de São José; outro, numa ótica
que ficava em frente.
Foi quando os locutores
receberam ordem de anunciar a sensacional experiência. Quem quisesse assisti-la
que se dirigisse para aqueles lugares. Juntou uma verdadeira multidão ante os
receptores. A experiência foi feita. O primeiro programa a ser televisionado
foi o “Nada Além de Dois Minutos”, de Paulo Roberto. Seguiu-se “Papel Carbono”.
Mas a coisa não “colou”!
Os que foram assistir
não viram quase nada, as imagens muito brancas, tudo muito confuso. Assim, a
Rádio Nacional não fez o negócio. Já parecia uma profecia: jamais teríamos esse
moderníssimo meio de comunicação.
Como já relatei, a
Rádio Nacional, embora pagasse mal aos seus artistas (não aos seus diretores,
estes nadavam em outro), tinha a grande vantagem de promove-los por todo o
Brasil. Todos, ou quase todos, se valiam para sair em excursões que ajudassem a
reforçar suas verbas escassas.
Todos queriam ver, de
perto, aqueles que somente eram ouvidos de longe. Se muitos artistas
correspondiam ao que neles se esperava, outros envergonhavam a classe com
procedimentos os mais reprováveis, aí pelo interior do país. Na sua maioria
ignorantes, julgavam-se deuses. Achavam-se com o direito de agir como bem
entendessem. Não observavam o menor código de ética ou educação; bebiam,
chegavam atrasados para os espetáculos, etc.
Este livro não tem o
propósito de promover ninguém. Nem denegrir a reputação de quem quer que seja.
Menos ainda em se tratando de gente já falecida; ou fora de circulação pela
idade, ou por decadência. Sem dizer os nomes, vou contar três pequenos
episódios. Podem ser comprovados nos lugares onde se passaram (se alguém ainda
se lembrar), há mais de 20 anos.
Em Vacaria, Rio Grande
do Sul, existe uma família tradicional no lugar (um renomado médico). Essa
família sempre homenageava o artista que estava de passagem por ali. E isso
também foi feito com a nossa caravana que ali passou: uma lauta ceia e brindes
de cartões de prata e outros presentes. Certa vez, duas estrelas do rádio
carioca, de passagem por ali, foram visitadas no camarim por um representante
da aludida família. Queria homenageá-las, após o espetáculo. Concordaram logo.
Terminada suas exibições, desapareceram em companhia de alguns rapazes.
Deixaram a família esperando até altas horas da noite. Foram encontradas
completamente embriagadas nos bas-fonds mais desmoralizado daquela cidade
gaúcha.
Outra: em Rio Negro, na
fronteira do Paraná com Santa Catarina, aguardavam a presença de um dos maiores
cantores que o Brasil já teve. Estava habituado a cantar para plateias
superlotadas. Naquele dia, não se sabe por que, o público não compareceu como
se esperava. Não lotou nem um terço do auditório. O nosso artista chegou ao
palco e disse apenas: “Boa noite senhores, não vai haver espetáculo porque eu
não sou artista para cantar para casas vazias”. Retirou-se, debaixo da maior
vaia. Foi necessária a intervenção da polícia para não ser devidamente
“tascado”.
Em Araçatuba, outro grande cantor (também em seu apogeu) estava sendo
aguardado, ansiosamente, para o show combinado e nada de chegar; 9 horas, 9 e
meia, 10 horas, 10 e meia. O público já estava impaciente, como era natural.
Chegou, embriagado, com a camisa toda suja. E sobraçando um violão onde
faltavam duas cordas!...Foi um “corre-corre” dos diabos para pôr o homem “em
forma”: amônia, café sem açúcar, camisa nova, tudo arranjado. O homenzinho
conseguiu cantar, mais ou menos, meia dúzia de músicas para um público paciente
e generoso como eu nunca vira (eu estava lá e presenciei tudo).
Hoje, felizmente,
parece que as coisas estão um pouco melhores. É preciso que assim seja. Já é
tempo de se conceituar os artistas de maneira diferente do que vem sendo feito
até aqui. O artista é uma criatura como outra qualquer. Com os mesmos defeitos
e as mesmas qualidades de todos os que atuam em outras profissões. Mas, como
vive em função do público, os defeitos como as qualidades são vistas com lentes
de aumento.
Em muitas classes,
principalmente naquelas mais sofisticadas, os procedimentos são muito mais
condenáveis, só que não são divulgados. Os deslizes, o comportamento dúbio, são
muito mais frequentes. O artista é que leva a pecha de marginal da sociedade,
de imoral. Ou indigno de conviver com as “santas” famílias de outras classes.
Aqueles que por acaso, deslustram a sua profissão, são no mesmo número dos
funcionários públicos, dos comerciários, dos profissionais liberais, e muitos
mais; só que estes não têm a publicidade negativa daqueles. Estou terminando o
trabalho que me propus. Principalmente depois de procurar, em todas as
livrarias da cidade, algo semelhante, sem encontrar, isto é: um depoimento
sobre a vida do rádio, contado despretensiosamente, sem preciosismo literário.
E sem aquele alinhamento de datas e dados técnicos capazes de tornar “chato”
qualquer livro. Quis contar o que sabia, valendo-me da minha memória. Quaisquer
erros ou lacunas aqui encontrados, que me sejam perdoados. Levem em conta a
natural esclerose de um homem que, aos 76 anos, não tem o devido preparo físico
para fazer uma obra de pesquisa e bem coordenada. O rádio brasileiro, ou
melhor, o rádio carioca foi mais ou menos isso que vocês leram. Se é que
tiveram a paciência de chegar até aqui...
Se a tive para realizar
este trabalho, cujo mérito, admito, é discutível, mas não de todo negativo, foi
porque, ao sentir o cansaço pela idade ou o desânimo por outras dificuldades,
tive sempre em mente este lindo “Poemeto” de Longfellow. Acredito que possa
servir de lema para muita gente:
Conte seu jardim pelas
flores; nunca pelas folhas que caem...
Conte seus dias pelas
horas ensolaradas, não se lembre das enevoadas...
Conte suas noites pelas
estrelas, não pelas sombras...
Conte sua vida pelos
sorrisos, não pelas lágrimas..
E, através da vida,
Conte sua idade pelos
amigos, não pelos anos!
E creiam, se eu contar
minha idade pelos amigos que tive a ventura de conquistar, posso me considerar
um autêntico Matusalém...
Publicado originalmente
em MURCE, Renato. Bastidores do rádio:
fragmentos do rádio de ontem e hoje. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976.
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