“Entre Irmãs” *** (Brasil, 2017, ficção, direção: Breno Silveira)
As duas histórias
seguem paralelas muito diferentes mas de maneira melodramática. Na vida
instável dentro do bando de cangaço, Luzia inicia um romance com o líder do
grupo, o cangaceiro Carcará (Júlio Machado) e vai se tornando uma espécie de
Maria Bonita do grupo. Já Emília casa-se com o jovem advogado Degas (Rômulo
Estrela) que não tem grande paixão por ela. As duas estão submetidas a
histórias problemáticas. As histórias desenvolvem-se de maneira eficaz. Um dos
personagens que mais chama atenção é o sogro de Emília, o médico cientificista
Doutor Duarte (Cláudio Jaborandy, excelente) que defende a frenologia,
pseudociência que investiga o tamanho dos cérebros das pessoas. Essa foi uma
linha de pensamento muito desenvolvida no mundo e principalmente no Brasil do
Século XIX. Esse pensamento baseou muitas teorias racistas e preconceituosas
elaboradas pelo médico italiano César Lombroso e defendida por inúmeros
teóricos brasileiros como o médico Nina Rodrigues (1862-1906). A atriz Letícia
Colin também tem uma participação marcante na película como uma mulher mais
madura que Emília e amiga de infância de Degas.
Entre
Irmãs é um tanto longo. São quase três horas do
longa-metragem que conduz um melodrama ás vezes muito esquemático, meio novelão.
Mas Breno Silveira sabe dirigir atores e vem tornando-se um realizador
acadêmico com talento inegável. É um filme que atinge o grande público e
demonstra a segurança de Silveira em saber contar uma história. O melodrama parece
ser seu gênero preferido desde seu primeiro longa como diretor: Os 2 Filhos de Francisco (2005), filme
baseado na história da dupla Zezé Di Camargo e Luciano que teve mais de 5
milhões de espectadores em seu lançamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário