“Libelu- Abaixo a Ditadura” **** (Brasil, 2020, documentário, direção: Diógenes Muniz)
É impressionante como o
gênero documentário vem ganhando espaço no cinema brasileiro. A Libelu (Liberdade
e Luta) foi uma corrente trotkista
surgida na USP (Universidade de São Paulo) em 1976. O longa-metragem acompanha
o depoimento de ex-membros da tendência mais de trinta anos após suas
participações no grupo. A militância participou intensamente dos acontecimentos
políticos na Redemocratização entre 1975 e 1980. Entre os entrevistados estão
pessoas conhecidas como o jornalista Reinaldo Azevedo (que na Libelu era da
terceira divisão), o crítico gastronômico Josimar Melo, o professor José Arbex
Filho, o comentarista Demétrio Magnoli, o jornalista Eugênio Bucci, o músico
Cadão Volpato (da banda Fellini) e até o ex-ministro Antônio Palocci. As cenas
de arquivo são preciosas. É notável a opção do diretor Diógenes Muniz por fazer
um excelente documentário bastante informativo e não acadêmico. A opção em
levar quase todos os entrevistados para um mesmo lugar é excepcional. O único
entrevistado fora do espaço é Antônio Palocci que mesmo em prisão domiciliar
deu depoimento ao documentário. A participação de Palocci é a cereja do bolo e
a opção dele aparecer no final agrega muito valor ao trabalho. Excelente
estreia de Diógenes Muniz e sua equipe. Criativo, informativo e até mesmo
engraçado. Ganhou o Festival É Tudo Verdade do ano passado com autoridade e
justiça. Espero que o diretor continue trazendo temas inovadores em seus
próximos trabalhos.
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