O pesquisador e produtor cultural Rafael
Spaca é um amante do cinema de curta-metragem. Em 2007, Spaca começou a
entrevistar diversas personalidades do cinema brasileiro. Atores, atrizes,
diretores, produtores, roteiristas e técnicos de diversos períodos da nossa
cinematografia. Todos deram seus depoimentos e opiniões sobre o filme de
curta-metragem. O trabalho alcançou a marca de 448 entrevistas. Parte desse
material está no livro Curtametragem-
Compilação de Ideias e Entrevistas do blog Os Curtos Filmes, publicado pela
editora Verve. VSP conversou com o autor sobre essa obra.
Violão,
Sardinha e Pão- Como começou a sua paixão pelo curta-metragem?
Rafael Spaca- O curta, independentemente da
metragem, é cinema. A sua capacidade de síntese, de contar uma história (ou
não) em tão pouco tempo é o que mais me encanta no formato. No curta
encontramos campo para experimentação, de sair do lugar-comum e romper com
todos os cânones do dito "cinemão". Sem contar que é o mais
democrático do processo de realização do fazer cinematográfico.
VSP- Você acredita que o curta parou de
ser marginalizado entre os cineastas?
RS- Não. Ele tem um espaço na memória afetiva
de todos os cineastas, entretanto, assim que surge uma possibilidade de se
fazer um longa-metragem, esse profissional abandona o formato. É só olhar
na filmografia de qualquer grande nome do cinema.
VSP- Como surgiu a ideia de você fazer essas
entrevistas para o blog?
RS- O curta-metragem é muito produzido
(graças ao barateamento do acesso a tecnologias digitais), é relativamente
visto (restrito a festivais e poucas iniciativas de salas de cinema e
televisão) e nada debatido. A minha ideia foi preencher essa lacuna.
VSP- Quais atores, atrizes e
realizadores do Cinema da Boca aparecem na obra?
RS- Guilherme de Almeida Prado, José Adalto
Cardoso, Carlos Reichenbach, Antônio Polo Galante, David Cardoso e Aldine Muller. Não deu para
contemplar a todos devido a limitação do livro, quem sabe no segundo volume?
VSP- Qual é a maior
dificuldade em trabalhar com memória cultural no Brasil?
RS- A maior dificuldade é que o Brasil, como
sabemos, não preserva a sua história. É incrível também como algumas pessoas,
protagonistas de determinadas histórias, não se recordam do que viveram. Enfim,
é uma triste realidade.
VSP- Quais são seus próximos projetos na área
cinematográfica?
RS- Espero escrever um livro sobre o mítico (escritor e roteirista) Rubens
Francisco Lucchetti e o volume 2 desta compilação de entrevistas. Na área
audiovisual minha ideia é dirigir dois curtas, um de animação e o outro, um
documentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário