A razão de tudo isso
aqui. Todo mundo já ouviu falar de Mojica, das suas unhas, dos seus filmes. “A
Meia Noite Levarei a Sua Alma” e “O Estranho Mundo de Zé do Caixão” viraram a
minha cabeça quando eu tinha catorze anos. Aluguei em VHS na falecida Vídeo Factory que ficava em Pinheiros. Era uma locadora enorme. Ali eu ia com um caderninho anotando nome dos diretores brasileiros e europeus. Ali veio um mundo todo e um ídolo
novo. O cinema brasileiro é a mais ingrata das paixões. É cruel demais. O
oponente (o cinema estrangeiro) sempre será mais forte. Eles sempre ocupam a
maioria das salas. Sempre perdemos e continuamos. Não tem como. Pra ter tristeza ou depressão é fácil demais. Mojica
praticamente nasceu dentro de um cinema: seu pai foi durante alguns anos proprietário do velho Cine Santo
Estevão, Vila Anastácio, zona oeste de São Paulo. O cinema sempre foi seu combustível, sua comida, sua razão de existir. Filho único de um casal de imigrantes espanhóis ele criou um mundo
todo dele. E deu certo: ele criou o personagem mais popular do cinema brasileiro
de todos os tempos. Pode ser um autodidata, mas ele conseguiu algo que nenhum
intelectual conseguiu. Sua foto é reconhecida em todo lugar. Todo mundo sabe
quem é Zé do Caixão. Antônio das Mortes e Mazzaropi talvez sejam os personagens
mais próximos. Por bem ou por mal o Mojica tem muitos méritos. Sei do seu
estado de saúde e da sua participação naquele programa do canal 7. O apresentador é um sujeito asqueroso, grotesco, um filho de Herodes. Prefiro um
velho provérbio: “A pedra e a areia são um fardo, mas irritação causada
pelo insensato é mais pesada que as duas juntas”. (Provérbios 27:13).
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