quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Grandes matérias esportivas do Jornal da República: “A Portuguesa podia até ter goleado” (12/11/1979)

PORTUGUESA 3, NOROESTE 1

 

A Portuguesa podia até ter goleado

 




FRANCISCO MALFITANI

 

Os 3.844 torcedores da Lusa que acordaram mais cedo neste domingo e, com suas boinas, gorros, bonés, capas e guarda-chuvas, enfrentaram o frio e a garoa ontem pela manhã no Tamancão não ficaram arrependidos. A Portuguesa jogou um futebol que há muito tempo não se via. Derrotou com facilidade o Noroeste de Bauru por 3x1, e só não goleou porque seus atacantes, principalmente o sonolento Enéas, perderam diversos gols.

Logo aos 2 minutos de jogo, o ponta Zair cruzou de direita e Enéas, de cabeça, fez os “Leões da Fabulosa” vibrarem com o primeiro gol do seu time. A partir daí, passou a dominar completamente o Noroeste – que, no entanto num contra-ataque, aos 33 minutos ainda do primeiro tempo, empatou o jogo, numa cabeçada de Jorge Fernandes. Mas a torcida da Portuguesa não chegou a ficar preocupada, pois seu time jogava bem. Tanto que, logo em seguida ao gol de empate do Noroeste, Enéas e Faísca perderam dois gols feitos. Aproveitando o campo pesado e a bola molhada, Luciano “Coalhada” teve desempatar o jogo, através de fortes chutes de longa distância, que, continuando, acabavam sempre nas mãos do bom goleiro João Marcos, do Noroeste.

No segundo tempo, a Portuguesa veio a massacrar o seu adversário. Os primeiros dez minutos foram de muita agitação no Canindé. A Lusa pressionava, os jogadores do time do Noroeste faziam faltas violentas consecutivas, principalmente Caio, a estrela do jogo de ontem.

Aos 5 minutos, Enéas perde um gol feito, por querer enfeitar demais a jogada. Logo em seguida, o bandeirinha marca um impedimento inexistente no ponta Faísca, e a torcida lusa se levanta, revoltada e arremessa dezenas de saquinho de tremoço na sua cabeça. Mas, aos 10 minutos, depois de Caio sofrer uma falta, Luciano cobra com efeito e o bom lateral-direito Edson, dos juvenis, sobe lá no alto e mete a bola no fundo do gol de João Marcos, desempatando o jogo. E, comandada por Caio, a Portuguesa continuou encurralando o Noroeste. Aos 33, em outra jogada de Caio, o ponta Faísca fez o terceiro de seu time. Para que se tenha ideia da alegria e do bom humor que tomou conta dos manuéis e dos joaquins, basta dizer que Enéas, depois de perder mais um gol, e desta vez sem goleiro, foi entusiasticamente saudado pelos torcedores da Lusa.

 

O JOGO FOI ASSIM

Portuguesa: Everton; Edson, Daniel Gonzales (Altair), Bolívar e Toninho; Luciano, Enéas e Wilson Carrasco; Zair (Rui Lima), Caio e Faísca.

Noroeste: João Marcos; Borges, Tobias, Jorge Fernandes e Maurício (Santos); Ednaldo, Mardoni e Helinho; Jorge Maravilha (Ziquita), Lela e Wallace.

Juiz: Emídio Marques Mesquita

Renda: Cr$ 189.110,00

Gols: Enéas, aos 2, e Jorge Fernandes, aos 33 do primeiro tempo; Edson aos 10 e Faísca aos 33 do segundo tempo.

 

Publicado originalmente no Jornal da República de 12 de novembro de 1979, edição 66

Nenhum comentário: