PORTUGUESA 3, NOROESTE 1
A Portuguesa podia até
ter goleado
FRANCISCO MALFITANI
Os 3.844 torcedores da
Lusa que acordaram mais cedo neste domingo e, com suas boinas, gorros, bonés,
capas e guarda-chuvas, enfrentaram o frio e a garoa ontem pela manhã no
Tamancão não ficaram arrependidos. A Portuguesa jogou um futebol que há muito
tempo não se via. Derrotou com facilidade o Noroeste de Bauru por 3x1, e só não
goleou porque seus atacantes, principalmente o sonolento Enéas, perderam
diversos gols.
Logo aos 2 minutos de
jogo, o ponta Zair cruzou de direita e Enéas, de cabeça, fez os “Leões da
Fabulosa” vibrarem com o primeiro gol do seu time. A partir daí, passou a
dominar completamente o Noroeste – que, no entanto num contra-ataque, aos 33
minutos ainda do primeiro tempo, empatou o jogo, numa cabeçada de Jorge
Fernandes. Mas a torcida da Portuguesa não chegou a ficar preocupada, pois seu
time jogava bem. Tanto que, logo em seguida ao gol de empate do Noroeste, Enéas
e Faísca perderam dois gols feitos. Aproveitando o campo pesado e a bola
molhada, Luciano “Coalhada” teve desempatar o jogo, através de fortes chutes de
longa distância, que, continuando, acabavam sempre nas mãos do bom goleiro João
Marcos, do Noroeste.
No segundo tempo, a
Portuguesa veio a massacrar o seu adversário. Os primeiros dez minutos foram de
muita agitação no Canindé. A Lusa pressionava, os jogadores do time do Noroeste
faziam faltas violentas consecutivas, principalmente Caio, a estrela do jogo de
ontem.
Aos 5 minutos, Enéas
perde um gol feito, por querer enfeitar demais a jogada. Logo em seguida, o
bandeirinha marca um impedimento inexistente no ponta Faísca, e a torcida lusa
se levanta, revoltada e arremessa dezenas de saquinho de tremoço na sua cabeça.
Mas, aos 10 minutos, depois de Caio sofrer uma falta, Luciano cobra com efeito
e o bom lateral-direito Edson, dos juvenis, sobe lá no alto e mete a bola no
fundo do gol de João Marcos, desempatando o jogo. E, comandada por Caio, a
Portuguesa continuou encurralando o Noroeste. Aos 33, em outra jogada de Caio,
o ponta Faísca fez o terceiro de seu time. Para que se tenha ideia da alegria e
do bom humor que tomou conta dos manuéis e dos joaquins, basta dizer que Enéas,
depois de perder mais um gol, e desta vez sem goleiro, foi entusiasticamente
saudado pelos torcedores da Lusa.
O JOGO FOI ASSIM
Portuguesa: Everton;
Edson, Daniel Gonzales (Altair), Bolívar e Toninho; Luciano, Enéas e Wilson
Carrasco; Zair (Rui Lima), Caio e Faísca.
Noroeste: João Marcos;
Borges, Tobias, Jorge Fernandes e Maurício (Santos); Ednaldo, Mardoni e
Helinho; Jorge Maravilha (Ziquita), Lela e Wallace.
Juiz: Emídio Marques Mesquita
Renda: Cr$ 189.110,00
Gols: Enéas, aos 2, e
Jorge Fernandes, aos 33 do primeiro tempo; Edson aos 10 e Faísca aos 33 do
segundo tempo.
Publicado originalmente
no Jornal da República de 12 de novembro de 1979, edição 66
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