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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Grandes matérias esportivas do Jornal da República: “O Santos ainda pode ser bicampeão” (16/11/1979)

SANTOS 4, NOROESTE 0

O Santos ainda pode ser bicampeão

 


TONICO DUARTE

 

O Noroeste conseguiu transformar a comemoração dos noventa anos da República num autêntico Dia das Mães. Ao perder de 4 a 0 para o Santos, ontem no Parque Antártica, a equipe de Bauru foi tão maternal e compreensiva quanto aquela senhora que, dizem, padece num paraíso. E o agradecido Santos, que só não fez mais por pura preguiça, conservou suas chances de chegar à final. Mas é difícil, pois precisa vencer, agora, o Palmeiras e o Guarani.

Até que o Santos começou indeciso, com Pita, seu pior jogador, errando muitos passes. Em compensação, lá na esquerda, João Paulo fazia gato e sapato de Borges e de todos aqueles que se atrevessem a marca-lo. Foi assim que, logo aos 5 minutos, ele driblou na velocidade a Tobias e Jorge Fernandes, deu a Juari, recebeu de volta e fez 1 a 0.

Três minutos depois, aos 8´, foi a vez de Nilton Batata passar facilmente por Santos, cruzar para trás, e encontrar Juari colocando rente à trave direita de João Marcos: 2 a 0. A esse gol, o centroavante santista denominou “despedida de solteiro”. Hoje, ás 18 horas, Juari casa-se com Márcia, uma professora santista.

Estava tão fácil que o Noroeste só conseguiu chutar sua primeira bola no gol de Pais aos 26 minutos, num arremate torto de Wallace. Mas, aos 28´, em nova falha da defesa, o Santos chegaria ao seu terceiro gol: João Paulo lançou Juari, Ednaldo quis colocar ordem na casa e acabou tocando por cobertura, fazendo contra. Entretanto o juiz José Pereira da Silva deu esse gol como sendo de Juari.

O segundo tempo começou e o Santos continuou desperdiçando a mamata que o Noroeste lhe oferecida. O último gol do jogo aconteceu aos 21 minutos: Pita chutou, João Marcos rebateu e Rubens Feijão pulou de “peixinho” para fazer 4 a 0. Depois disso, o jogo passou à dar sono e, para quebrar a monotonia, a torcida pediu a entrada de Ailton Lira, no que foi prontamente atendida por Pepe. O próprio técnico, nos vestiários, confessaria a sua surpresa diante do futebol ridículo do Noroeste: “Foi realmente um jogo muito fácil para o Santos. Mas, por um lado, isto é bom, pois temos de guardar as nossas forças para estes dois jogos dificílimos que teremos pela frente”.

Ao lado de Pepe, quase sem ser notado, estava Dorval. O ex-ponta direita do Santos aparente bem menos que os seus atuais 44 anos de idade. Metido num elegante safári azul, Dorval cumprimentava Pepe e desejava-lhe boa sorte nos próximos jogos: “Eu vou precisar mesmo” – respondeu Pepe.

Súbito, ambos começaram a lembrar os velhos tempos e chegaram a mesma conclusão: “Hoje em dia, o futebol perdeu sua beleza”.

 

O JOGO FOI ASSIM

SANTOS: Pais; Nelson, Cassiá, Fernando e Gilberto; Gilberto Costa, Pita e Rubens Feijão (Ailton Lira); Nilton Batata, Juari e João Paulo

NOROESTE- João Marcos; Borges, Tobias, Jorge Fernandes e Santos; Ednaldo, Helinho e Mardoni (Salomão); Jorge Maravilha, Leia e Wallace.

Juiz – José Pereira da Silva

Renda – Cr$ 840.370,00

Público pagante – 14.541 pessoas

Gols- João Paulo, aos 5´, Juari aos 8´ e aos 28´do primeiro tempo. Rubens Feijão aos 2´do segundo tempo.

Cartões amarelos- Ednaldo e Wallace.

 


Publicado originalmente no Jornal da República em 16 de novembro de 1979, edição 70

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Grandes matérias esportivas do Jornal da República: “A Portuguesa podia até ter goleado” (12/11/1979)

PORTUGUESA 3, NOROESTE 1

 

A Portuguesa podia até ter goleado

 




FRANCISCO MALFITANI

 

Os 3.844 torcedores da Lusa que acordaram mais cedo neste domingo e, com suas boinas, gorros, bonés, capas e guarda-chuvas, enfrentaram o frio e a garoa ontem pela manhã no Tamancão não ficaram arrependidos. A Portuguesa jogou um futebol que há muito tempo não se via. Derrotou com facilidade o Noroeste de Bauru por 3x1, e só não goleou porque seus atacantes, principalmente o sonolento Enéas, perderam diversos gols.

Logo aos 2 minutos de jogo, o ponta Zair cruzou de direita e Enéas, de cabeça, fez os “Leões da Fabulosa” vibrarem com o primeiro gol do seu time. A partir daí, passou a dominar completamente o Noroeste – que, no entanto num contra-ataque, aos 33 minutos ainda do primeiro tempo, empatou o jogo, numa cabeçada de Jorge Fernandes. Mas a torcida da Portuguesa não chegou a ficar preocupada, pois seu time jogava bem. Tanto que, logo em seguida ao gol de empate do Noroeste, Enéas e Faísca perderam dois gols feitos. Aproveitando o campo pesado e a bola molhada, Luciano “Coalhada” teve desempatar o jogo, através de fortes chutes de longa distância, que, continuando, acabavam sempre nas mãos do bom goleiro João Marcos, do Noroeste.

No segundo tempo, a Portuguesa veio a massacrar o seu adversário. Os primeiros dez minutos foram de muita agitação no Canindé. A Lusa pressionava, os jogadores do time do Noroeste faziam faltas violentas consecutivas, principalmente Caio, a estrela do jogo de ontem.

Aos 5 minutos, Enéas perde um gol feito, por querer enfeitar demais a jogada. Logo em seguida, o bandeirinha marca um impedimento inexistente no ponta Faísca, e a torcida lusa se levanta, revoltada e arremessa dezenas de saquinho de tremoço na sua cabeça. Mas, aos 10 minutos, depois de Caio sofrer uma falta, Luciano cobra com efeito e o bom lateral-direito Edson, dos juvenis, sobe lá no alto e mete a bola no fundo do gol de João Marcos, desempatando o jogo. E, comandada por Caio, a Portuguesa continuou encurralando o Noroeste. Aos 33, em outra jogada de Caio, o ponta Faísca fez o terceiro de seu time. Para que se tenha ideia da alegria e do bom humor que tomou conta dos manuéis e dos joaquins, basta dizer que Enéas, depois de perder mais um gol, e desta vez sem goleiro, foi entusiasticamente saudado pelos torcedores da Lusa.

 

O JOGO FOI ASSIM

Portuguesa: Everton; Edson, Daniel Gonzales (Altair), Bolívar e Toninho; Luciano, Enéas e Wilson Carrasco; Zair (Rui Lima), Caio e Faísca.

Noroeste: João Marcos; Borges, Tobias, Jorge Fernandes e Maurício (Santos); Ednaldo, Mardoni e Helinho; Jorge Maravilha (Ziquita), Lela e Wallace.

Juiz: Emídio Marques Mesquita

Renda: Cr$ 189.110,00

Gols: Enéas, aos 2, e Jorge Fernandes, aos 33 do primeiro tempo; Edson aos 10 e Faísca aos 33 do segundo tempo.

 

Publicado originalmente no Jornal da República de 12 de novembro de 1979, edição 66