Por Tony de Sousa
| Detalhe da Catedral da Sé, marco-zero da cidade de São Paulo. Foto: Matheus Trunk |
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Os primeiros documentários que fiz com Salim foi para
uma fábrica em Ribeirão Pires. Saíamos cedinho de São Paulo e pegávamos a
Rodovia Anchieta ainda repleta de neblina numa camionetezinha que ele tinha.
Para adiantar a coisa, Salim combinou que na noite
anterior ao dia que fôssemos filmar eu dormisse na casa dele que ficava na
região da Vila Mariana. A casa de Eligê, como já falei ficava perto do Horto
Florestal, na zona norte, do outro lado da cidade. Para chegar cedinho na casa
de Salim, vindo do Tucuruvi, eu teria que acordar 4 horas da madrugada. Então
armamos esse esquema: eu encontrava com ele na loja no final da tarde,
pegávamos o equipamento e levávamos para casa dele. A casa era um sobradinho
antigo numa ruazinha bem tranquila que agora não lembro o nome. Havia um
murinho na frente, onde ele improvisou a garagem. A mãe do Salim, Dona Zena,
uma senhora muito simpática, cozinhava maravilhosamente bem. Além do Saul, que
era casado e morava em outro lugar, Salim tinha uma irmã, a Zélia que tinha
síndrome de Down. Ela era uma pessoa super simpática. Dona Zena e Salim a
tratavam com o maior carinho e ela tinha umas sacadas incríveis. Decorou o meu
nome e sempre que eu chegava, dizia:
“Chegou Antoninho, o homem da câmera.”
Aí Salim para tirar sarro dizia: “Não fale assim que
ele pode se ofender. Ele é um cineasta!”
“Chegou Antoninho cineasta. O homem câmera”
E Salim rebatia:
“O homem com uma câmera!”
E ela repetia:
“O home com uma câmera!”
“Dziga Vertov.”
Ela tentava pronunciar o nome do cineasta russo e não
conseguia. Todos ríamos, inclusive ela.
Salim, com a maior paciência espelhava o equipamento no
meio da sala, desmontava a câmera e ia me ensinando como limpar as lentes da
câmera, como encaixá-las, como carregar o chassi, como encaixar a perfuração do
filme na grifa, como fazer o foco, como lidar com os refletores...Enquanto
isso, dona Zena preparava a tradicional comida árabe, umas coisas deliciosas
que só ela sabia fazer.
No local de filmagem, depois de montar a câmera, Salim
me pedia para fazer a luz. Eu havia aprendido umas coisas básicas, observando
os fotógrafos dos filmes que eu participei, e sabia um pouco como iluminar, mas
tudo ali era muito precário. Acho que nem fotômetros tínhamos. Nem filtros, nem
como rebater a luz. Tínhamos que trabalhar com luz direta. As máquinas e os
tornos mecânicos brilhavam pra caramba. O resultado até que ficava razoável.
Salim montava o material na loja, usando um projetor
16. Ele não tinha moviola. Eu acompanhava a montagem com a maior curiosidade.
Enquanto isso, preparava o texto para locução, extraído dos manuais que a
fábrica havia nos fornecido e das conversas que havíamos tido sobre o que seria
importante ressaltar no documentário. Na sequência, íamos ao estúdio de som
gravar a locução. Depois ao laboratório revelar o som, montar o negativo e
tirar as cópias. Um grande aprendizado. Melhor do que uma escola de cinema.
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Eu estava gostando muito da experiência de mexer com
câmera. Fiquei muito amigo do Salim, da família dele, embora a grana fosse
pouca, eu ia toureando Eligê, etc. etc. Até que desentendi com o cara que
vendia os projetos de documentário para as fábricas. Eu o apelidava de “Seu
Zoom”, porque toda lente de máquina para ele era zoom. Mesmo eu tendo explicado
que a zoom era um sistema de lentes que ia da grande angular a tele objetiva,
ele não sabia distingui-las das lentes comuns.
Um dia esse “Seu Zoom” me viu fazendo xixi num banheiro
coletivo de um restaurante de beira de estrada e foi comentar com Salim que eu
tinha um pinto exagerado. Isso até poderia me deixar envaidecido não fosse as
idiotices que esse cara falava. O Salim tinha contratado uma moça, quase uma
senhora, para tomar conta da loja e esse cara ficava falando na frente dela:
“Chegou o bem dotado”. Ela perguntava porque ele me chamava bem dotado e ele
dissimulava. “É um cara muito inteligente. Tem uma inteligência acima da
média”. Mas a moça percebia as ironias nas palavras dele e suspeitava das
segundas intenções. Ela estava sempre de óculos escuro, mesmo dentro da loja, e
um dia descobri que ele tinha um certo desvio no olhar. Era meio vesgo. Aí
quando ele vinha com essas gozações eu o chamava de “Zoom Zoin”.
Esse cara, que Salim achava o máximo, pois estava
trazendo filmes para produtora, esses documentários que valiam pela
experiência, mas não davam grana nenhuma, começou com uma história de fazer
filmes pornôs. Primeiro meio de gozação, depois falava sério. Começou a botar
na cabeça de Salim que era um grande negócio. E poderiam ser feitos mesmo em
Super-8. Salim começou a levar a sério. E Zoom Zoin vinha com umas:
“Ator você já tem. O bem dotado. As atrizes eu arrumo.
Conheço umas garotas de programa que topam...”
Um dia eu cheguei meio enfezado, depois de uma
discussão com Eligê que sugeriu que eu arrumasse qualquer coisa, mesmo fora do
cinema, para pagar o aluguel dele, e eu falei que se eu arrumasse um emprego
fora do cinema iria alugar um apê na região do centro e não precisava morar
naquela espelunca lá no fim do mundo, e Zoom Zoin vem com a história: “Chegou o
bem dotado! O homem de Itu! E aí, vamos fazer um pornô?”
Normalmente costumo ser um cara pacífico. Que eu me
lembro, raríssimas vezes perdi o controle e agi com violência com alguém. Nesse
dia a provocação transbordou o saco e eu acertei um direto bem no meio da testa
de Zoom Zoin, partindo os óculos escuros dele em dois pedaços. Ele me olhou
assustado, mais vesgo do que sempre foi:
“Pô cara, que que é isso? Tá louco?”
Mostrei o meu punho cerrado.
“Zoom Zoin, nunca mais me venha com essa conversa. Isso
foi só o começo! Se me encher o saco outra vez com essa história, te dou umas
porradas!”
Ele ficou todo recolhido como se os óculos fossem a sua
roupa. O grande gozador, sem os óculos, se sentia nu.
Assim que Salim chegou, ele foi se queixar e parecia
uma criança desamparada reclamando do irmão mais velho.
“Seu câmera me agrediu. Quebrou os meus óculos!”
Salim virou para mim e perguntou:
“O que aconteceu?”
“Salim esse cara é um idiota! Eu sei que você precisa
dele pra traze filmes para a produtora. Então eu tô caindo fora. Valeu pela
oportunidade.”
“Espere aí, me explique direito o que aconteceu.”
“Ele vai te explicar. Eu tô indo embora.”
E saí.
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Eu tinha visto uma vez, na Rua do Triumpho, escrito
numa parede, uma propaganda meio tosca de um tal de CENTRO DE ESTUDOS
CINEMATOGRÁFICOS O.R. CARRERA. Junto a esse letreiro havia o desenho de uma
câmera de cinema num tripé. Pensei que nesse lugar oferecessem cursos com
câmera 35 mm. Mesmo não sabendo como iria pagar, fui lá saber como funcionava.
Ao chegar ao local, percebi que o imóvel parecia meio
abandonado. Havia uns caras sentados no batente da porta de entrada que estava
fechada. Perguntei para um deles:
“Você conhece alguém desse Centro de Estudos
Cinematográficos?”
“Conheço.”
“Como faço para falar com ele?”
“Daqui a pouco, ele tá aqui. Ozu Carrera. Nunca ouviu
falar? Os jornais vivem entrevistando ele. É famoso. Mas as fitas dele não dão
dinheiro nenhum. É uma figura. Não tem como não reconhecer ele, mesmo de longe.
Camisa aberta ou só com um botão abotoado, geralmente abotoado fora do lugar,
chinelas de dedo, cabelo quase todo branco, despenteado, barba por fazer...Cara
de invocado. Mas é boa pessoa. Não se impressione com a aparência dele não.”
O cara falou tudo isso num tom meio ambíguo que me
deixou em dúvida se falava sério ou estava me gozando. Nisso, aparece, na
esquina da Rua doa Gusmões com a Rua do Triumpho, uma figura exatamente igual a
que ele havia acabado de descrever. E ele, percebendo, apontou na direção do
cara.
“Olhe ele lá! Não te falei! Ele marca ponto aqui todo
dia.”
Assim que o sujeito se aproximou esse cara falou:
“Ozu, tem um perseguidor aqui te procurando.”
Batendo mais uma vez com a descrição do cara, o velho
fez cara de invocado e disse:
“Pois não.”
“Eu queria saber sobre o Centro de Estudos
Cinematográficos. Vocês dão cursos aqui?”
Aí ele abriu um sorriso e respondeu:
“Ah não. Isso aí é gozação. Foi uns caras que pintaram
isso aí pra me tirar um sarro. Como eu costumo sentar aí no batente quase todo
dia, eles inventaram esse negócio de centro de estudos. Mas que mal lhe
pergunte: você faz o que na vida?”
“Eu sou ator. E tô querendo fazer cinema. Na verdade,
quero aprender a parte técnica. Mexer na câmera, essas coisas.”
“Mais um perseguidor”, disse com voz irônica.
“Que que é isso?”
“Tem um cara aqui na Rua do Triumpho, um diretor de
fotografia, que quando chega um sujeito assim como você, querendo saber como se
faz cinema, ele diz que chegou mais um perseguidor de fantasmas.”
“O que isso quer dizer?”
“Sei lá. Mas você é mais um perseguidor.”
Fez uma pausa e ficou sério.
“Já ouviu falar no Museu Lasar Segall?”
“Não”.
“Fica na Vila Mariana. Lá costuma ter uns cursos de
fotografia, uns cursos de Super-8, tem uns livros sobre cinema, não é isso que
você tá procurando?”
“É isso mesmo! Uma boa dica. Muito obrigado.”
Eu queria falar um pouco dos filmes dele, mas, como
nunca tinha visto nenhum, fiquei quieto. Fui procurar o tal Museu Lasar Segall.
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O Museu Lasar Segall foi um grande achado. Além dos
cursos de fotografia, cursos de linguagem cinematográfica, havia um acervo de
livros sobre cinema impressionante e um pequeno cineclube. Por “coincidência”
estava passando lá uma mostra dos filmes do velho Ozu. Assisti a todos eles.
Havia um que era tipo um faroeste caboclo bastante interessante. Outro, que
lembrava os filmes de Pudovkin, o teórico e cineasta russo. Seus livros
traduzidos para o português foram os primeiros que devorei no museu. Lá
encontrei também um cara que havia trabalhado comigo na peça O último trem, o Duduzé. Ele estava
desempregado, aliás, vivia sempre desempregado. Ficou com o Johnny Bianco até a
peça sair de cartaz. Duduzé ensinou-me vários macetes de como sobreviver
desempregado.
“Você precisa guardar algum para pagar uma pensão
barata, só pra ter um lugar pra dormir. Arrumar uma mochila dessas grandes, que
caiba bastante coisa e seja resistente e colocar dentro uma muda de roupa, um
tênis, escova de dente, essas coisas, e se virar com negócio de rango. Eu, por
exemplo, passo dias e dias na base da média e pão com manteiga. Como é que é
isso? Você pode pedir pra qualquer cidadão na rua, ‘amigo, me pegue uma média e
um pão com manteiga’, dificilmente o cara vai negar. Digo isso com conhecimento
de causa. Você não tá pedindo uma pinga, nem um almoço Só uma média e um pão
com manteiga. Um detalhe: escolha previamente o loca. Evite esses lugares
sofisticados, essas padarias cheias de frescuras, com máquina italiana, café
expresso, o cacete. Nesses lugares cobram os olhos da cara. Quase o preço dum
almoço. Procure uma padariazinha vagabunda, ou um boteco tipo sujinho, com café
de coador. Nesses lugares, além de ser barato, os caras que te serve parece que
adivinham que você é um morto de fome. Capricham na manteiga. Você tem que ter
cuidado pra não se lambuzar todo. Se o cara que você abordou na rua for desses
desconfiado ele vai perguntar: ‘aonde?’ E você aponta o lugar. Muitas vezes ele
pergunta quanto é e te dá o dinheiro. Você consegue viver assim vários dias.
Com uma média e um pão com manteiga de manhã, outro a tarde, e outro a noite.
De noite tem uns caras que te pagam uma cerveja de vez em quando e se der
sorte, se for um cara estribado, pede uns salgadinhos, uns queijinhos, umas
batatas fritas...Evite tomar pinga! Pinga te derruba. Cerveja não, cerveja e
vinho alimenta. E tem uns lugares por aí que tem uma festas, umas inaugurações
onde rola uns rangos, uns salgadinhos, tudo na faixa. Boca livre, entendeu?
Quando a coisa tiver ruim você vai num boteco e pede um PF (prato feito). Deixe
os finais de semana pra visitar parentes e amigos. Reveze bastante essas
visitas. E não fale nunca que você não está procurando emprego. Pra todos
efeitos você está sempre com algo em vista. Vai pintar um trabalho ou você já
está trabalhando, mas ainda não recebeu nada. E por aí vai.”
Me falou também das bibliotecas.
“Você pode passar o dia inteiro numa biblioteca. Se
instruindo, pesquisando, pensando na vida, escrevendo. Sempre tem um banheiro,
você pode ir lá de vez em quando, se aliviar, fazer a sua higiene. Costumo
frequentar a Biblioteca Municipal, no início da Consolação, na região do
centro. Conhece?”
“Sei onde é, mas nunca entrei lá.”
“Sou um assíduo frequentador de lá. Ás vezes fico o dia
inteiro. Começo lendo os jornais diários, depois vou no fichário e começo minha
pesquisa. Peço por exemplo, uns livros de Nietzsche, A Origem da Tragédia,
Humano, Demasiado Humano, Para Além do Bem e do Mal, e peço também, um Marx, um
Engels...Geralmente revezo. Um dia leio os existencialistas, Sartre e outros
bichos, e no outro leio os marxistas. Gramsci, Lukács, Benjamin. No outro leio
tudo misturado. E tem dias que só pesquiso um assunto. Violência urbana, por
exemplo. Ou incesto. Quando tô escrevendo uma peça, pesquiso o assunto da
peça”.
Duduzé era metido a teatrólogo. Tentava escrever várias
peças ao mesmo tempo e nunca acabava nenhuma. Ele dizia que o processo dele era
assim mesmo. Que só se completaria quando conseguisse uma grana para a
montagem. Como nunca conseguia, ia ficando com as peças inacabadas. Uma grande
figura.
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Segui as dicas de Duduzé e tornei-me também um
frequentador da Biblioteca Municipal da região do centro. Chegava cedinho,
antes das 9:00, horário que abria, e ficava na pequena fila para entrada. Ás
vezes era o primeiro, ás vezes encontrava Duduzé já na fila.
“E aí, já tomou sua média e pão com manteiga?”, me
gozava.
Eu ficava lá até meio dia, uma hora, e saía para a
famosa média e pão com manteiga.
Para minha sorte, enquanto trabalhava com Salim, além
de comer na casa dele os saborosos pratos que Dona Zena fazia, ele me dava um
dinheirinho toda vez que terminávamos um documentário. Esse dinheirinho eu fui
guardando e não cedi à pressão de Eligê que queria porque queria que eu
arranjasse o pagamento do aluguel nem que fosse emprestado, e agora podia
colocar em prática o método de sobrevivência de Duduzé. Pela manhã ia à
Biblioteca Municipal, e à tarde ao Museu Lasar Segall.
Nesse período, aprendi por minha própria conta como
passar a noite na rua. Usava essa estratégia para não me encontrar com Eligê.
Ele costumava sair cedo de casa mesmo não tendo nada para fazer.
No mundo do cinema tem dessas coisas. O cara passa
dias, semanas, meses, anos, sem ter muito o que fazer, semeando projetos que
nunca vingam. Então, Eligê, e vários outros caras, tinham essa mania de sair
cedo de casa e ir para Rua do Triumpho, perseguir fantasmas. Eu também acabei
me viciando no negócio, mas não era de chegar cedo não. Ia para lá só na parte
da tarde. Isso quando não ia ao Museu Lasar Segall. Era bem melhor. Você
conseguia encontrar todo mundo na parte da tarde. Havia uns caras que tinham
emprego fixo, e depois que saiam do trampo, no finalzinho da tarde, davam uma
passadinha por lá. Te pagavam cerveja, um sanduba de vez em quando e pediam
para quando você fosse fazer uma fita não se esquecer deles.
Então nessa fase em que eu brincava de gato e rato com
Eligê, bolei o seguinte esquema: após sair do Museu Lasar Segall, eu tomava
minha média com pão e manteiga em algum sujinho e ia pro “Redondo”, um bar que
ficava na esquina da Av. Ipiranga com a Consolação. Sempre encontrava algum
conhecido por lá. Um ator desempregado, um perseguidor de fantasmas perdido no
meio do pessoal de teatro, o Plínio Marcos, famoso teatrólogo com seus
livrinhos debaixo do braço. Um desses conhecidos chamava-se Tony Di Ciambra. De
longe eu sabia quando ele estava lá. Era um italiano barulhento que gostava de
exibir seus conhecimentos e falar das fitas que pretendia fazer. Ele realmente
entendia pra caramba do negócio. Tinha uma namorada linda com quem brigava
todos os dias, separava-se dela, e no dia seguinte estavam novamente juntos. Eu
gostava de ficar ouvindo as histórias dele. Não só as dele como as de outros
caras, pois aprendi que esse era um ponto fundamental para que você fosse
convidado a sentar numa mesa e poder beber e comer de graça. Quando a gente se
cansava do Redondo, ia para um outro bar que tinha em frente ao Teatro
Brasileiro de Comédia, na Major Diogo, e ficava lá até altas horas da madrugada
fazendo filmes só na conversa.
“Imagine uma rua qualquer do centro de São Paulo.
Qualquer uma.”
“Avenida Ipiranga.”
“Imagine a Avenida Ipiranga em pleno horário de pico.”
“Sim.”
“Agora visualize ela vazia.”
“Tá.”
“Nessa rua vazia a figura solitária de um cara
caminhando sem rumo.”
E assim ficávamos horas e horas contando uns aos
outros, cenas dos filmes que tínhamos na cabeça e pretendíamos fazer.
“Vamos tomar uma mate gelado ali no Rei do Mate da São
João?”
“Será que tá aberto?”
“Fica aberto a noite toda.”
“Prefiro um café.”
“Se você conseguir encontrar um lugar que tenha um café
decente a essa hora...”
“O Estadão, ali na Major Quedinho.”
Publicado originalmente em Sousa, Tony. Boca do Cinema. São Paulo: LCTE Editora,
2012.
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